Sem menos de nove em cada dez brasileiros apoiam programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e acreditam que eles devem ser ampliados. O dado é da pesquisa Datafolha divulgada este mês, que também revelou o perfil socioeconômico e regional dos apoiadores e críticos dessas iniciativas.
De acordo com o levantamento, 71% dos entrevistados defendem a expansão dos programas sociais, enquanto 16% acreditam que devem ser reduzidos e 10% preferem sua extinção. O restante, 3%, não opinou. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 113 municípios, entre 12 e 13 de dezembro, com margem de erro de dois pontos percentuais.
O apoio aos programas de transferência de renda é mais expressivo entre mulheres (75%), jovens de 16 a 24 anos (81%) e pessoas com renda de até dois salários mínimos (78%). Moradores do Nordeste (78%) e beneficiários do Bolsa Família (87%) também estão entre os maiores defensores da expansão.
Por outro lado, a redução dos programas é mais defendida por pessoas de maior escolaridade (24%) e eleitores que reprovam o governo Lula (23%).
O principal programa de transferência de renda do governo federal, o Bolsa Família, atende 20,7 milhões de famílias em todo o país, beneficiando 54,3 milhões de brasileiros. O valor mínimo pago é de R$ 600, com adicionais de R$ 150 por criança de até seis anos e R$ 50 para gestantes e jovens de 7 a 18 anos. Em 2024, o custo estimado do programa foi de R$ 168 bilhões.
Recentemente, dados do Banco Central indicaram que beneficiários gastaram R$ 3 bilhões em apostas em agosto, levantando questionamentos sobre a regulamentação das bets no Brasil. O STF determinou a adoção de medidas para evitar o uso de recursos do programa em jogos de azar.
Além disso, 67% dos brasileiros afirmaram que sua renda familiar é insuficiente, sendo que 42% relatam dificuldade para chegar ao fim do mês e 25% enfrentam grandes problemas financeiros. Esse índice é o maior já registrado pelo Datafolha nessa categoria.
A pesquisa também revelou diferenças de opinião entre eleitores de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Entre os que votaram no atual presidente, 81% apoiam a ampliação do Bolsa Família, enquanto entre os bolsonaristas esse índice é de 56%.
O presidente reforçou, em abril, que o objetivo de seu governo é reduzir a dependência de programas de transferência de renda, promovendo o aumento da classe média: “Queremos um país com uma classe média sustentável, que tenha padrão de vida digno, com escola, cultura, salário e possibilidade de realizar sonhos. É esse país que sonhamos”.
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