Segundo dados da ditadura sionista divulgados pelo Escritório Central de Estatísticas de “Israel” em setembro, 40.600 israelenses deixaram o país apenas nos primeiros sete meses de 2024. O número representa um aumento de 59% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo tanto a desconfiança dos cidadãos com o governo, quanto o caráter artificial do país. Em contrapartida, o Ministério da Imigração e Absorção de “Israel” disse que cerca de 33 mil pessoas se mudaram para o enclave imperialista desde o início do conflito entre a ditadura sionista e a Resistência.
O número significativo de pessoas deixando “Israel” já chamou a atenção do mundo em julho, quando o mesmo órgão de estatísticas israelense apontou que entre 7 de outubro de 2023 (início do atual estágio da Revolução Palestina) e o mesmo período um ano antes, outubro de 2022, o percentual de pessoas que deixaram o país permanentemente aumentou 285%, um aumento sem precedentes na história da ocupação sionista da Palestina. Os relatórios sobre o êxodo de israelenses confirmam ainda que dois meses após o 7 de Outubro, quase meio milhão de pessoas deixaram “Israel”. Outro estudo, entre israelenses que vivem no exterior e realizada em março pela Universidade Hebraica por iniciativa da Organização Sionista Mundial, revelou que 80% dos emigrados disseram que não pretendem retornar ao enclave imperialista.
Pelas leis israelenses, judeus de todo o mundo têm permissão para imigrar a “Israel” e receber cidadania automática, além de uma série de estímulos financeiros. Já os filhos e netos de palestinos, expulsos de suas terras pelo terror israelense desde o começo da invasão sionista, ainda nas primeiras décadas do século XX e em especial durante a Nakba (palavra árabe que significa “catástrofe”), em 1948, não têm permissão para retornar.
À imprensa britânica, a cantora israelense Shira Z. Carmel conta que, dez dias após a ofensiva da Resistência Palestina liderada pelo Hamas contra os assentamentos ilegais e as bases militares israelenses, emigrou para a Austrália com o marido e o filho pequeno. Sua fala foi reproduzida pelo órgão em língua inglesa The Cradle, especializado em notícias do Oriente Médio. Na matéria “Loss of safety” fuels exodus of Israelis, o sítio destaca que Carmel “disse à família e aos amigos que a mudança era apenas temporária, para que pudesse evitar a pressão social para permanecer no país”.
“‘Dissemos a eles que iríamos sair da linha de fogo por um tempo’, disse Carmel. ‘Não foi uma decisão difícil. Mas foi muito difícil falar com eles sobre isso. Foi até difícil admitir isso para nós mesmos’.”
Muitos israelenses conseguem se mudar porque é grande o número de cidadãos com passaportes estrangeiros no país, que não é uma nação de fato, mas uma criação do imperialismo. Além disso, muitos têm empregos em empresas multinacionais ou a possibilidade de trabalhar remotamente.
Desde o ataque de 7 de outubro, “milhares de israelenses optaram por arcar com os custos financeiros, emocionais e sociais de se mudar para fora do país”, relatou o jornal britânico The Independent, apesar das medidas militares adotadas por “Israel” no último ano sob o pretexto de restaurar a segurança.
Enquanto isso, os bombardeios e tropas terrestres israelenses mataram mais de 45 mil palestinos em Gaza, a maioria mulheres e crianças, além de devastarem grande parte do enclave em ações amplamente consideradas genocidas.
Outra frente de tensão é na fronteira norte do país, junto ao Líbano, onde o conflito entre a ditadura sionista e as forças revolucionárias libaneses é constante. Desde o 7 de Outubro, o principal partido revolucionário libanês Hesbolá, vem travando uma guerra contra as forças sionistas, responsável por tirar pelo menos 60 mil israelenses da região.
O cessar-fogo entre “Israel” e o Hesbolá foi firmado, mas mesmo assim, os colonos judeus deslocados do norte de “Israel” no início da guerra não retornaram às suas casas. Uma pesquisa realizada em outubro revelou que 70% dos colonos evacuados de assentamentos próximos à fronteira libanesa afirmaram não ter intenção de voltar para suas residências.
O êxodo em massa de israelenses demonstra que a população de “Israel” é, em grande parte, importada e sem vínculo cultural genuíno com o território ocupado. Trata-se de uma sociedade artificial, formada pela corrupção e sob a premissa de privilégios de cidadania concedidos indiscriminadamente a colonos, enquanto os verdadeiros habitantes da Palestina são mantidos na diáspora ou em condições sub-humanas.