O influenciador conservador Bruno Senna foi detido na manhã de domingo (14) por fraude. O ex-participante do Big Brother Brasil é acusado de lesar mais de 370 pessoas. O golpe consistia na venda de produtos por meio de uma loja virtual. A investigação apontou que os produtos nunca foram entregues.
Os valores do golpe somam R$ 5 milhões. “Muitas pessoas humildes foram vítimas dessa farsa. São pessoas humildes, que utilizam do seu trabalho, dinheiro, para que façam a compra desse produto e acabam não recebendo”, declarou o delegado titular da 1ª DP de Canoas, Marco Guns, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em coletiva.
De acordo com a polícia, Bruno Senna usava sua fama para aplicar os golpes e debochava das vítimas. “Essa fraude foi utilizada a partir do seu conhecimento e influência nas redes sociais. Ele se utilizou disso para atrair as vítimas”, disse o delegado Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana/Canoas.
“Tem a questão do deboche. Tem vídeos que trazem que ele tinha ciência e debochava. Andava em carros de luxo. Ele tinha ciência que as pessoas não estavam recebendo”, relatou o delegado.
Um morador de Pelotas, na Região Sul do Rio Grande do Sul, foi uma das 370 vítimas identificadas pela Polícia Civil. Ele relata ter sofrido um prejuízo de R$ 30 mil com a compra de aparelhos de ar-condicionado que nunca chegaram.
“Nos perfis dele, a gente via que ele debochava do caso, aproveitava a vida com o nosso dinheiro. Viajando para fora, Punta Cana… O que aconteceu [a prisão] dá esperança de que a gente pode ser ressarcido”, conta o homem.
“Na época, não se tinha notícias de envolvimento dele em esquema. Parecia uma pessoa de confiança. Eu precisava do dinheiro para custear um tratamento de saúde. Conversei com amigos que faziam instalação de ar-condicionado, acertamos o negócio e fiz a compra. Mas deu tudo errado”, conta.
Os prazos de entrega começaram a encerrar e os aparelhos de ar-condicionado não chegavam – e nunca chegaram. Sem os aparelhos, dinheiro e com a cobrança do empréstimo que fez, ele afirma que começou a entrar em desespero.
“Não estava aguentando. Não enxergava uma saída daquele problema. Tive depressão. Minha família dependia de mim. Foi muito difícil”, lembra.
O inquérito foi encerrado em 2023 e remetido ao MP. Com isso, na madrugada de sexta (12) para sábado (13), a prisão preventiva do influenciador foi decretada.
Na coletiva, o delegado Cristiano também citou que Bruno Senna é investigado por outras ocorrências. “Ele tem envolvimento em outros estelionatos.”
O influenciador foi preso em Santa Catarina. Bruno Senna foi transferido para o Rio Grande do Sul ainda no domingo (14).