A insegurança alimentar severa registrou uma queda de 85% no Brasil em 2023, primeiro ano do governo Lula, o que significa que 14,7 milhões de pessoas deixaram essa situação. Em 2022, a fome atingia 17,2 milhões de brasileiros, número que caiu para 2,5 milhões. Isso representa um declínio do percentual de 8% para 1,2% da população brasileira.
Os dados fazem parte do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (Sofi 2024), conhecido como o Mapa da Fome, divulgado nesta quarta-feira (24).
Os resultados positivos obtidos pelo Brasil vão na contramão da situação mundial, que registrou um aumento de 152 milhões de pessoas passando fome entre 2019 e 2023. A soma global de pessoas que enfrentaram esse tipo de privação no ano passado foi de 733 milhões — ou uma a cada 11.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva salientou que esse resultado é fruto do esforço do governo e declarou que seu compromisso mais urgente é “acabar com a fome no Brasil, como fizemos em 2014”.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, disse que “os dados das Nações Unidas indicam que estamos no caminho certo. Em apenas um ano de governo, reduzimos a insegurança alimentar severa em 85%. Tiramos 14,7 milhões de brasileiros e brasileiras dessa condição”.
O ministro também avaliou que “hoje digo, com segurança, que no caminho que estamos é possível, dentro do Governo Lula, até 2026, sair do Mapa da Fome”.
Situação global
O relatório — lançado no contexto da reunião ministerial no Brasil do G20 para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza — avisa que o mundo está falhando gravemente em alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 – Fome Zero, até 2030.
O relatório mostra que o mundo retrocedeu 15 anos, com níveis de desnutrição comparáveis aos de 2008-2009. Se forem considerados os tipos de insegurança alimentar moderada ou grave, o número vai a 2,33 bilhões de pessoas.
A porcentagem da população que passa fome está aumentando na África (20,4%), permaneceu estável na Ásia (8,1%) — embora ainda represente um desafio significativo — e apresentou progresso na América Latina (6,2%).
De 2022 a 2023, a fome aumentou na Ásia Ocidental, no Caribe e na maioria das sub-regiões africanas. Se as tendências atuais continuarem, aponta o levantamento, cerca de 582 milhões de pessoas estarão cronicamente subnutridas em 2030, metade delas na África.
Com agências