No último dia 16, mais de 110 mil cidadãos do enclave imperialista, incluindo militares, ex-policiais e civis, assinaram 37 petições exigindo que o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu encerre a guerra em Gaza e negocie a libertação de reféns. As petições, chamadas de “petições de desobediência” pela imprensa local, começaram com uma iniciativa de membros da Força Aérea, incluindo ativos, reservistas e aposentados, e se expandiram para diversos setores da sociedade.

Os signatários, dirigindo-se a Netaniahu, ao Knesset, aos líderes militares e ao público, afirmam que os objetivos da guerra – recuperar reféns e garantir segurança – não foram alcançados. Eles alertam que a continuidade do conflito atende a “interesses pessoais e políticos” de Netaniahu, colocando em risco reféns, soldados e civis. Membros da brigada de paraquedistas esclareceram:

“Não é uma chamada ao exército ou sua liderança. Não é desobediência – é um chamado para salvar vidas. A história mostra que apenas acordos trazem os reféns para casa”. Representantes do corpo de blindados reforçaram: “não é desobediência, mas uma expressão legítima da visão dos cidadãos – nenhum de nós está servindo no exército atualmente”.

Ex-agentes do Shin Bet declararam que “o governo formado após 7 de outubro de 2023 ignorou o interesse nacional em favor de políticas de coalizão estreitas. Perdeu a confiança do público. Elementos estrangeiros infiltraram-se no processo decisório. Expulsar reservistas que protestam não restaurará a confiança – aprofundará a divisão”.

Eles pediram novas eleições e uma comissão nacional de inquérito. O sítio Restart Israel documenta 29 petições civis, assinadas por 62.909 cidadãos, 14.687 mães, 3.500 professores, 1.300 trabalhadores de tecnologia, entre outros, além de 10 mil militares de unidades como paraquedistas, blindados e inteligência.

Netaniahu acusou os signatários de insubordinação, chamando-os de “um grupo pequeno, barulhento, anarquista e desconectado de aposentados” e ameaçando demiti-los: “essas cartas não foram escritas em nome de nossos soldados heroicos. Foram escritas por uma pequena minoria de elementos marginais. São um grupo pequeno e barulhento de aposentados que não servem há anos. Desobediência é desobediência, não importa como a chamem. Qualquer um que a incite será demitido imediatamente”.

Ele alegou que grupos financiados por estrangeiros buscam derrubar sua coalizão. O comandante da Força Aérea Tomer Bar, ordenou a demissão de reservistas ativos que assinaram.

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Last Update: 17/04/2025