Atividades repetitivas, longas horas sentado ou em pé e esforço físico constante resultam em dores corporais para a maioria dos brasileiros.
Segundo pesquisa da plataforma Onlinecurrículo, 68% dos entrevistados relatam dores frequentes relacionadas à atividade profissional.
Os dados ajudam a explicar o crescimento nos afastamentos por doenças ocupacionais.
De acordo com o Ministério da Previdência Social, mais de 1 milhão de trabalhadores ficaram incapacitados em 2024.
A dor na coluna permanece como o principal motivo desde 2023.
Empresas não oferecem suporte para lidar com os desconfortos
O levantamento mostra que 51% dos trabalhadores não recebem qualquer tipo de apoio das empresas para lidar com as dores físicas.
Isso inclui ausência de benefícios, assistência médica direcionada ou estrutura adequada.
Sem esse suporte, os próprios funcionários precisam buscar formas de aliviar os sintomas.
Essa situação pode agravar quadros de dores posturais, enxaquecas, inchaço e fadiga ocular.
Região dorsal lidera as queixas entre os trabalhadores
Para metade dos entrevistados, a principal mudança corporal provocada pelo trabalho ocorre na postura.
A alteração da curvatura natural da coluna pode causar dorsalgia, segundo a Organização Mundial da Saúde.
A condição está entre as principais causas de incapacidade no mundo e está diretamente ligada a fatores ocupacionais.
Além da dor nas costas, outras queixas frequentes são dor de cabeça (48%) e cansaço visual (46%).
Esses sintomas costumam ter origem semelhante, como excesso de tempo diante das telas.
Outros desconfortos relatados foram rigidez muscular (42%), inchaço nas pernas e pés (36%) e redução da flexibilidade (27%).
Problemas de sono também apareceram na pesquisa: 26% afirmaram que o ambiente de trabalho impacta o descanso após o expediente.
Postura, telas e ambiente estressante estão entre as causas
Os fatores apontados como principais responsáveis pelas dores incluem postura inadequada ao longo do dia (63%) e exposição prolongada a telas (43%).
Também aparecem movimentos repetitivos ou esforço físico excessivo (35%) e ambiente estressante (31%).
Trabalhadores sugerem pausas, ergonomia e espaços de descanso
Mais da metade dos entrevistados (52%) acredita que pausas regulares para alongamento ou descanso ajudariam a reduzir o desconforto.
Além disso, 41% defendem melhorias em móveis e equipamentos, especialmente para quem trabalha em home office.
Entre os itens citados estão cadeiras ajustáveis, mesas ergonômicas e apoio para os pés.
Outros 36% mencionam a importância de áreas para relaxamento durante o expediente.
Salas de descompressão e espaços planejados para descanso foram citados como exemplos.
Também foram mencionadas maior ventilação ou controle de temperatura (30%) e mais espaço físico para circulação (30%).
Por fim, 33% dos participantes destacaram o acesso a atividades físicas como forma de prevenir dores e equilibrar a saúde.
Pesquisa aponta necessidade de mudanças na gestão do bem-estar
Segundo Amanda Augustine, da Onlinecurrículo, o cuidado com a saúde física dos trabalhadores pode impactar positivamente a produtividade.
Ela afirma que as empresas têm uma oportunidade real de transformar a rotina das equipes com medidas simples e estratégicas.
“O apoio psicossocial fortalece o engajamento, reduz faltas e melhora o desempenho”, afirma.
Para ela, saúde física e emocional estão conectadas e devem ser tratadas em conjunto.
Como foi feita a pesquisa
A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 2 de março de 2025.
Foram ouvidas 500 pessoas de diferentes regiões, idades e segmentos de atividade.
Os participantes responderam ao questionário online.
A margem de erro é de 3,3 pontos percentuais, com índice de confiança de 95%.