
A 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo terá como tema o envelhecimento da população queer, com o mote “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”. A escolha está alinhada com o perfil do público do evento: mais da metade dos participantes já tem mais de 30 anos, segundo dados do Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris. A faixa etária predominante é de 35 a 44 anos, refletindo o envelhecimento da população brasileira como um todo.
O presidente da SPTuris, Gustavo Pires, destaca que essa mudança demográfica acompanha o perfil geral da sociedade, que está envelhecendo. “A tendência é que esse perfil acompanhe o da população em geral. As faixas de 35 a 44 anos são hoje as mais largas na pirâmide etária”, afirma. A proposta da Parada neste ano é trazer visibilidade para temas como a solidão, o cuidado e as redes de apoio para pessoas LGBT+ mais velhas.
O evento, um dos maiores do mundo em sua categoria, também movimenta significativamente o turismo local. Em 2024, cerca de 30% do público veio de fora da capital. A maioria fez bate e volta (68%), mas uma parcela considerável aproveitou a estadia por mais tempo: 15% ficaram em hotéis ou flats, 10% se hospedaram com amigos ou parentes, 6% alugaram imóveis por aplicativo e 0,5% optaram por hostels.
A permanência média dos turistas na cidade foi de 3,5 dias, com um gasto médio de R\$ 1.112 por pessoa, incluindo hospedagem, alimentação, compras, transporte e lazer. A região da avenida Paulista, onde ocorre a Parada, concentra a maioria das reservas. A taxa de ocupação hoteleira pode chegar a 85%, com os hostels ultrapassando 95%.
Além da celebração, os visitantes também aproveitam para explorar São Paulo. A gastronomia local foi o atrativo principal para 70% dos turistas. A vida noturna atraiu metade deles, enquanto 48% foram às compras, 33% visitaram áreas verdes e parques, e 30% participaram de outros passeios turísticos pela capital.

O impacto econômico da Parada LGBT+ é um dos mais relevantes do calendário turístico da cidade. O evento gera renda, promove inclusão e reafirma São Paulo como um dos principais destinos de turismo LGBT+ do mundo. A presença de um público mais maduro também reforça a importância de políticas públicas voltadas ao envelhecimento com dignidade.
Para além da festa e da visibilidade, a edição deste ano busca ampliar o debate sobre o tempo, as memórias e os desafios da população LGBT+ que envelhece. A ideia é reconhecer o papel fundamental dessas pessoas na história da luta por direitos, iniciada com força nos anos 1970, e construir um futuro com mais acolhimento.