Nicolás Maduro, líder do governo venezuelano, em uma nova entrevista à televisão local, mencionou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de organizar os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 enquanto estava nos Estados Unidos. Maduro também declarou que, se no Brasil os tribunais superiores garantiram o funcionamento da democracia, o mesmo deve ocorrer em seu país.
“No Brasil, houve eleições, o presidente Lula venceu, e o então presidente Jair Bolsonaro, seguindo um roteiro extremista de direita, se recusou a reconhecer a vitória e tentou sabotar o processo, contestando o resultado. O caso foi levado à mais alta corte de justiça do Brasil, que emitiu a sentença e confirmou a vitória do presidente Lula. Pronto, respeito as instituições do Brasil”, começou Maduro.
Ele continuou: “Depois, todos sabem que Bolsonaro foi para Miami. E, de lá, dirigiu o 8 de janeiro. Comandou um golpe de Estado, um assalto. Levaram pessoas organizadas, treinadas. Houve a cumplicidade de facções do poder militar-policial em Brasília. E em 8 de janeiro, atacaram todos os edifícios do governo do Brasil, incluindo o Palácio do Planalto, que é o palácio presidencial”.
“Eles quebraram, destruíram, atacaram… E, por trás disso, Bolsonaro. Nós condenamos essa tentativa de tomar o poder. Então, é realmente necessário celebrar os tribunais superiores, os tribunais supremos e a institucionalidade de grandes países, como México e Brasil”, destacou.
Por fim, o presidente venezuelano concluiu: “Eles garantiram o funcionamento da democracia. É assim que deve ser. E, se é assim por lá, que também seja por aqui. Constituição, lei, ordem e justiça”.
Nas últimas semanas, a relação entre Maduro e Lula ficou tensa por conta das eleições presidenciais realizadas no final de julho na Venezuela. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, o atual líder venceu nas urnas. No entanto, a oposição contesta o resultado e solicita a apresentação das atas eleitorais.
Lula, assim como outros líderes políticos, afirmou que ainda não reconhece a vitória do atual presidente e que Maduro “sabe que deve uma explicação à sociedade brasileira e ao mundo”.