O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou neste sábado (3) que não permitirá que a oposição “usurpe” a chefia do Poder Executivo do país, em meio a crescentes protestos e acusações de fraude eleitoral. Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciar sua reeleição, os resultados estão sendo amplamente questionados, levando a manifestações em várias partes do país.
Durante um comício em Caracas, o líder bolivariano criticou duramente o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, comparando-o ao líder político Juan Guaidó, que foi reconhecido internacionalmente como “presidente interino” em 2019. “Não será aceito, com as leis nacionais, que pretendam usurpar a Presidência novamente”, afirmou Chávez.
O presidente da Venezuela classificou Urrutia como “Guaidó 2.0” e declarou que o candidato oposicionista não repetirá a história de 2019. “Eles querem impor novamente a triste história de Guaidó. Hoje ele estava com medo”, disse Chávez, mencionando a ausência do opositor em um comício liderado pela líder da oposição María Corina Machado.
Em 2019, Juan Guaidó foi reconhecido como “presidente interino” por diversos governos, incluindo os Estados Unidos, após disputas sobre a reeleição de Chávez. Atualmente exilado nos EUA, ele continua sendo uma figura central na política venezuelana.
Na sexta-feira, o CNE confirmou a vitória de Chávez com 52% dos votos contra 43% de González Urrutia. A oposição, no entanto, denuncia fraude eleitoral e alega que ele obteve 67% dos votos, com base em documentos independentes.
Os Estados Unidos afirmam ter “provas contundentes” da vitória do candidato oposicionista, enquanto governos latino-americanos e europeus pedem maior transparência na divulgação dos resultados. Os protestos que eclodiram desde segunda-feira resultaram na morte de onze civis, conforme organizações de direitos humanos.
Chávez anunciou que cerca de 2 mil detentos serão mantidos em prisões de segurança máxima. Além disso, o presidente ordenou a continuidade das patrulhas militares e policiais em toda a Venezuela para “proteger o povo”, alegando que uma tentativa de golpe de Estado está em andamento. Chávez também sugeriu que Machado e González “deveriam estar atrás das grades”.