Logo após ser declarado vencedor da eleição pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, na madrugada desta segunda-feira 29, o presidente Nicolás Maduro afirmou que houve um ataque massivo ao sistema de transmissão do órgão eleitoral.
Maduro não apresentou provas sobre o suposto ataque, mas disse saber “de que país” teria surgido o atentado cibernético, sem fornecer detalhes da acusação.
O próprio CNE também apontou que teria havido uma “agressão contra o sistema de transmissão de dados que atrasou de maneira adversa a transmissão dos resultados” das eleições presidenciais.
O órgão eleitoral apontou, ainda, que solicitou uma investigação sobre o que chamou de “ações terroristas contra nosso sistema eleitoral, contra os centros de votação e contra os funcionários eleitorais”. A página oficial do CNE segue fora do ar.
Subindo o tom na acusação dos ataques, Maduro declarou que os órgãos de investigação do país já estão apurando o caso, apontando que o suposto ataque hacker tinha como objetivo fazer com que a população não tivesse acesso aos resultados oficiais.
Desde 2004, o voto na Venezuela é eletrônico. A empresa responsável pelo sistema é a argentina ExClé.
A transmissão dos dados das urnas eletrônicas é feita pela internet, através de um sistema criptografado. Essa transmissão, no geral, leva algumas horas e foi atrasada para a madrugada desta segunda-feira 29 após o suposto ataque.
Até o momento, as atas da votação ainda não foram apresentadas. Essa demora para exibição dos documentos é, inclusive, alvo das maiores cobranças de parte da comunidade internacional ao questionar a lisura do resultado.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu uma “recontagem transparente” dos votos. Ele foi seguido pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, e, posteriormente, por parte relevante de países ocidentais.
Maduro, por sua vez, foi celebrado por aliados na Ásia e América. Rússia e China lideram a lista de principais países a reconhecerem a vitória do venezuelano.