Nesta quinta-feira (4), o jornal libanês Al Mayadeen publicou uma matéria baseada em informações da Politico e da revista alemã Der Spiegel apontado que o presidente francês em conversas telefônicas com líderes europeus teria alertado de que Donald Trump poderia “trair” a Ucrânia. A ligação ocorreu depois que o governo Trump divulgou uma proposta de paz de 28 pontos.
A chamada telefônica, realizada na segunda-feira (1º), contou com a participação de Macron, do chanceler alemão Friedrich Merz, do secretário-geral da OTAN Mark Rutte, do presidente finlandês Alexander Stubb, do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e outros. A principal discussão dessa chamada telefônica teria sido as negociações de paz lideradas pelos EUA, envolvendo Kiev e Moscou.
“Existe a possibilidade de os EUA traírem a Ucrânia na questão territorial sem clareza sobre as garantias de segurança”, disse Macron, segundo a Der Spiegel , acrescentando que havia “um grande perigo” para Zelensky. O Palácio do Eliseu não respondeu ao pedido de comentário da Politico. No entanto, a Der Spiegel observou que o gabinete de Macron negou que ele tenha usado o termo “traição”, afirmando: “O presidente não usou essas palavras”. – publicou o Al Mayadeen.
Segundo o jornal libanês, analisando as transcrições feitas pela Der Spiegel, Friedrich Merz fez coro com a cautela de Macron, alertando que Zelensky deve ser “extremamente cauteloso nos próximos dias”. “Eles estão jogando, tanto com vocês quanto conosco”, disse Merz, se referindo aos enviados de Washington, Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do presidente americano Donald Trump, que se reuniram com o presidente russo Vladimir Putin na última terça-feira (2).
A transcrição vazada, segundo foi publicada pela revista alemã, Stubb concordou com Merz. “Não podemos deixar a Ucrânia e Volodymyr sozinhos com esses caras”, teria dito, aparentemente se referindo a Witkoff e Kushner. Rutte concordou, afirmando: “Concordo com Alexander — devemos proteger Volodymyr [Zelensky]”.
Além disso, a revista Der Spiegel afirma que os líderes europeus também discutiram os ativos russos congelados. Alguns participantes argumentaram que a apreensão dos bilhões de Moscou para financiar a ajuda financeira e militar à Ucrânia deveria ser uma decisão europeia, e não liderada pelos Estados Unidos.
Segundo diz o relatório, também participaram da chamada a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Diante da situação catastrófica que se encontra a Ucrânia em meio a guerra que está prestes a completar 4 anos, o que estamos assistindo é o imperialismo de um lado tentando levar adiante o conflito “até o último ucraniano”; e, do outro lado, o governo Trump em busca de acordo, como prometeu durante sua campanha presidencial de que “acabaria com esta guerra em 24h” após eleito presidente.
Trump é pressionado por sua base eleitoral, que não quer mais guerras eternas. Os custos das guerras têm aumentado a dívida pública, a pobreza tem atingido índices muito elevados. Também o grande capital interno americano, o setor produtivo, tem visto recursos sendo drenados para o capital financeiro, o que tem gerado atritos dentro da própria burguesia.