Macron, presidente da França, está considerando uma aliança com a coalizão de esquerda para enfrentar o partido de extrema direita de Marine Le Pen, o Reunião Nacional (RN), e seus aliados. A coalizão de esquerda terminou o primeiro turno das eleições legislativas em segundo lugar.
Gabriel Attal, atual primeiro-ministro e aliado do mandatário, anunciou que os candidatos do campo presidencial que ficaram em terceiro lugar vão se retirar para bloquear o RN, com algumas exceções. O objetivo é impedir o avanço da extrema direita no país. A condição é que os candidatos apoiados não sejam da esquerda radical, mas sim moderados.
Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda francesa, declarou que os partidos estão dispostos a retirar seus candidatos do segundo turno se um candidato apoiado por Macron estiver em melhor posição para derrotar a extrema direita. “Nem um voto, nem mais uma cadeira para o RN”, afirmou.
Atual situação
O partido de Le Pen e seus aliados conquistaram 33,2% dos votos, enquanto a Nova Frente Popular obteve 28,1% e o campo presidencial de centro alcançou 21%. Estimativas da imprensa francesa indicam que a participação final subiu acentuadamente para 65,8%.
O segundo turno está marcado para o próximo domingo (7) e a campanha desta semana promete ser intensa. As eleições legislativas definirão a nova composição da Assembleia Nacional, composta por 577 deputados.
Sistema eleitoral francês
A França tem um sistema semipresidencialista, onde o presidente é eleito por voto direto e o primeiro-ministro é indicado pelo partido ou coalizão que obtiver mais votos. Esse sistema permite um governo de coabitação caso presidente e primeiro-ministro sejam de partidos diferentes, o que aconteceu apenas três vezes na história do país.