Emmanuel Macron, presidente da França, vai reunir os líderes europeus e o primeiro-ministro-britânico na próxima segunda-feira (17), a fim de discutir a guerra na Ucrânia. 

A reunião tem caráter emergencial, após declarações de representantes do governo dos Estados Unidos de que a União Europeia não teria papel nas negociações pelo cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. 

Na última semana, Trump ligou para o presidente russo, Vladimir Putin, para iniciar as negociações. 

Já no último sábado (15), o enviado de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, afirmou que a Europa será consultada, mas em última análise excluída, das conversas sobre o fim do conflito entre russos e ucranianos.

A União Europeia é composta por 27 países, porém demonstra desunião para chegar a um denominador comum pelo fim da guerra nos países vizinhos. Tanto é que estão presentes na reunião o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e Ursula von der Leyen e Antonio Costa, da União Europeia.

Alguns países demonstraram descontentamento com a seleção de líderes para participar da reunião, e não a cúpula completa da União Europeia. Mas a assessoria de Macron informou que a reunião deve criar novos formatos para reunir todos os parceiros em prol da paz e segurança no Velho Mundo.

Entenda o caso

“Aos meus amigos europeus, eu diria: entrem no debate, não reclamando que podem, sim ou não, estar à mesa, mas apresentando propostas e ideias concretas, aumentando os gastos [de defesa]”, declarou o enviado dos EUA no último sábado.

As observações de Kellogg causarão consternação entre alguns líderes europeus que não confiam em Trump e acreditam que a segurança do seu país está inextricavelmente ligada ao destino da Ucrânia. O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radosław Sikorski, disse que o presidente francês, Emmanuel Macron, convidou líderes europeus a Paris na segunda-feira para discutir a situação.

Kellogg disse que uma das razões pelas quais as negociações de paz anteriores entre a Ucrânia e a Rússia falharam foi o envolvimento de muitos países que não tinham capacidade para executar tal processo. “Não vamos seguir esse caminho.”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já tinha utilizado o seu discurso na conferência para alertar que a Europa provavelmente seria excluída das negociações. Ele instou a Europa a intensificar e formar um exército europeu no qual a Ucrânia desempenharia um papel central.

Os líderes europeus, fustigados pelo discurso de confronto do vice-presidente dos EUA, JD Vance, na sexta-feira, estão cada vez mais apreensivos com a abordagem de Trump a um acordo de paz com a Ucrânia e temem que possa ser alcançado um acordo que seja vantajoso para os EUA, mas que tenha implicações a longo prazo, não apenas para a segurança da Ucrânia, mas para a Europa.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse nas redes sociais que “a Europa precisa urgentemente do seu próprio plano de ação em relação à Ucrânia e à nossa segurança, ou então outros atores globais decidirão sobre o nosso futuro. Não necessariamente de acordo com o nosso próprio interesse… Este plano deve ser preparado agora. Não há tempo a perder.”

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Last Update: 16/02/2025