O presidente Lula (PT) deve voltar a despachar no Palácio do Planalto nesta segunda-feira 6 depois da cirurgia na cabeça a que foi submetido em dezembro. O último compromisso no local foi uma reunião com os presidentes da Câmara e do Senado para discutir a pauta de votações no Congresso Nacional antes do recesso parlamentar.
Ele deixou o encontro queixando-se de dores e, horas depois, foi levado emergencialmente para São Paulo, onde passou por uma cirurgia para drenar um hematoma intracraniano. Lula segue proibido de realizar grandes deslocamentos e retomar sua rotina de exercícios físicos por orientação médica.
O primeiro compromisso público do petista nesta semana será o evento que marcará os dois anos dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Na ocasião, vândalos inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A solenidade deve contar com a presença de representantes do Executivo, do Judiciário e do Legislativo. A programação terá início pela manhã, em cerimônia no Planalto, quando o petista participará da apresentação das obras de arte que haviam sido depredadas pelos vândalos.
Entre os mais de vinte itens que serão devolvidos ao acervo da Presidência está um relógio do século XVII, trazido ao Brasil por D. João VI, que foi restaurado na Suíça sem custos ao governo federal.
Depois, Lula descerá a rampa da sede da Presidência para um “abraço simbólico” na democracia. Um dos motes do ato, promovido pela Frente Brasil Popular, será a frase “Sem Anistia”. O objetivo é fazer um contraponto à pressão de bolsonaristas para aprovar um perdão aos presos pelos atos golpistas, em tramitação na Câmara.
Desde que recebeu alta hospitalar em São Paulo, o mandatário tem dividido seu tempo entre o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e a Granja do Torto.
Nas duas últimas semanas de 2024, entre o Natal e o Réveillon, Lula optou por permanecer mais na Granja, onde foi visto em vídeos compartilhados pela primeira-dama Janja da Silva, interagindo com animais como jabutis.
Foi na casa de campo da Presidência que o presidente recebeu, na última sexta-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, para uma reunião sobre o vídeo da Força que rebatia as acusações de privilégios militares em meio ao debate sobre os cortes de gastos do governo.
