O presidente Lula (PT) fez, nesta quarta-feira 3, em Fortaleza (CE) um novo discurso duro contra a violência de gênero no País. A fala ocorreu durante a cerimônia de entrega da Carteira Nacional Docente do Brasil e de ações do programa Mais Professores para o Brasil, no Centro de Eventos do Ceará.
Diante de educadores, Lula afirmou que agressores de mulheres “não precisam votar nele” no ano que vem. “Eu quero olhar na cara dos companheiros… O vagabundo que bate em mulher não precisa votar no Lula para presidente da República”, declarou.
O petista referenciava casos recentes que chocaram o País, em especial o de Taynara Souza Santos, de 31 anos, que foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro na zona norte de São Paulo (SP) no último sábado 30. A vítima teve as duas pernas amputadas e o crime é investigado como tentativa de feminicídio por extrema crueldade. O agressor, Douglas Alves da Silva, 26 anos, foi preso depois de trocar tiros com a polícia.
“Nós não podemos aceitar que alguém que conviva conosco seja violento contra mulher. É preciso dar um jeito nesse País”, afirmou, destacando que episódios dessa gravidade demonstram a urgência de medidas mais firmes.
Movimento nacional
O presidente anunciou ainda que pretende liderar um movimento de homens em defesa das mulheres, envolvendo todos os poderes da República e mobilizando a sociedade.
“Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, 80 anos de idade, vou liderar o movimento dos homens que prestam nesse País, para defender as mulheres brasileiras. Não só as nossas, mas as mães deles, as filhas, as noras, todas”, disse.
Segundo Lula, os homens precisam reconhecer sua responsabilidade no enfrentamento da violência: “A luta contra o feminicídio tem que ser nossa. Nós somos a parte violenta da sociedade”.