Presidente brasileiro, anfitrião da reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, defende linhas de financiamento sem condicionalidades regressivas e criação de moeda alternativa ao dólar. Assista a vídeo

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, fez breve discurso em que defendeu um novo modelo de desenvolvimento, com linhas de crédito multilaterais que não sobrecarreguem os países com mais dívidas a juros exorbitantes e condicionalidades – em crítica implícita ao FMI – e que instituam um novo modelo de desenvolvimento internacional, diferente daquele que vigorou durante o século 20.

Uma nova arquitetura financeira e um novo modelo de desenvolvimento mais justo e inclusivo é possível”, disse Lula, durante discurso. “A missão [do NDB] é criar novos mecanismos de financiamento. Não é possível, no século 21, tratar o financiamento da mesma forma”, completou.

Lula também defendeu que o NDB lidere um esforço pela criação de uma nova moeda para lastrear o comércio internacional, em alternativa ao dólar. Ainda sobre as linhas de financiamento, Lula exortou os presentes – lideranças políticas de diversos países e executivos de bancos – a abolirem “condicionalidades” que produzem mais pobreza nas nações que contraem empréstimos junto a organismos internacionais.

Segundo Lula, empréstimos nos moldes hoje predominantes produzem mais dependência: “Pobre fica mais pobre e rico fica mais rico. É isso que nós temos que mudar”. Retomando mote que serviu de guia ao Fórum Social Mundial, Lula afirmou que “um outro mundo é possível”.

O presidente voltou a criticar a debilidade da ONU, “insignificante”, segundo ele, um organismo que foi capaz de ter criado o estado de Israel, mas incapaz de criar o estado da Palestina, e apontou carência de lideranças políticas fortes.

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“O problema é político”, disse, conclamando os presentes a buscar alternativas para um fluxo internacional de recursos financeiros que combata a miséria e priorize a justiça social em lugar da guerra. Dirigindo-se a Dilma Rousseff, presidente do NDB, disse que o banco do Brics pode e deve liderar esses esforços.

Na opinião de Lula, submeter os investimentos a uma agenda social é necessário para defender a liberdade dos povos. “Fora a democracia e o multilateralismo, não há saída”, disse.

Agência Gov

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Last Update: 04/07/2025