O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista concedida à TV Record nesta terça-feira, discutiu a flexibilidade do arcabouço fiscal do governo, questionando a obrigatoriedade de cumprir a meta fiscal estabelecida quando há outras prioridades consideradas mais importantes.
Lula destacou que ainda precisa ser convencido da necessidade de cortar despesas para respeitar as regras fiscais vigentes.
LEIA: O presidente admitiu a possibilidade de um déficit fiscal entre 0,1% e 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), enfatizando que o crescimento do país é mais significativo do que atingir metas estritas.
“Primeiro eu tenho que estar convencido se há necessidade ou não de cortar (verbas). Você sabe que eu tenho uma divergência histórica, uma divergência de conceito com o pessoal do mercado, nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”, declarou Lula.
Ele também mencionou que não se sente obrigado a seguir uma meta rigidamente quando há questões mais críticas a serem abordadas.
“É apenas uma questão de visão. Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer”, afirmou.
O presidente assegurou ter um compromisso sério com a gestão fiscal, dizendo:
“Responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”. A meta fiscal atual é de déficit zero, com uma tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB.
A equipe econômica do governo está programada para divulgar na próxima segunda-feira a edição de julho do relatório bimestral de avaliação fiscal, que inclui projeções atualizadas para as contas públicas e poderá indicar a necessidade de bloqueios ou contingenciamentos de verbas, caso haja risco de descumprimento das regras fiscais.