O presidente Lula (PT) aproveitou uma visita às obras da rodovia Presidente Dutra, na Serra das Araras (RJ), nesta terça-feira 15, para sair em defesa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Ele esteve ao lado dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e dos Transportes, Renan Filho (MDB).
Segundo Lula, o banco “não é governado por político, é governado por gente competente”. O presidente do BNDES é Aloizio Mercadante, que já passou pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e foi ministro no governo Dilma Rousseff (PT).
Lula lembrou que Mercadante assumiu o banco nos tempos em que supostos casos de corrupção estavam sob investigação.
“Quando Mercadante pegou o BNDES, só tinha denúncia: ‘vamos apurar corrupção no BNDES, vamos apurar caixa preta no BNDES, vamos pegar caixa preta’. Passaram dois anos falando bobagem e depois foram obrigados a pedir desculpas porque não encontraram nada no BNDES, porque o BNDES é um centro de excelência”, disse o presidente da República.
Trata-se de uma crítica indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, o ex-capitão chegou a sugerir, sem apresentar provas, que as atividades de financiamento do BNDES no exterior teriam o objetivo de desviar dinheiro público. Ele chegou a prometer “abrir a caixa preta” da instituição.
O banco terá importante participação no processo de intervenção na Via Dutra. A obra faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimento previsto de 1,5 bilhão de reais. A maior parte do valor (75%) será financiada pelo BNDES.
Críticas a obras paradas
No evento desta terça, Lula também discursou sobre unidades do Minha Casa, Minha Vida e obras de construção de creches que ficaram paradas após a derrubada de Dilma. O presidente afirmou que, ao assumir seu terceiro mandato, em 2023, 87 mil casas do MCMV não haviam sido concluídas, assim como três mil creches.
“Essa irresponsabilidade administrativa não vai acontecer mais no País”, disse. “A gente precisa chegar à conclusão de que esse País não pode mais passar um século sendo tratado como um País do futuro.”