Durante o mutirão de atendimentos hospitalares realizado neste sábado (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a exaltar o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia de covid-19. Ao discursar no Hospital Universitário de Brasília (HUB), Lula destacou que, em momentos de crise, o SUS se mostrou um patrimônio de todos os brasileiros.
“Em se tratando de saúde, você não tem esse negócio de direita e esquerda, tem é pessoas comprometidas com a saúde do povo brasileiro”, afirmou o presidente, lembrando o esforço coletivo de médicos, enfermeiros e técnicos que, segundo ele, foram fundamentais para evitar um colapso ainda maior durante a emergência sanitária.
Mutirão como vitrine
O evento — chamado Dia E — mobilizou 45 hospitais universitários federais em 25 estados. Somente neste sábado foram realizados cerca de 2 mil cirurgias eletivas, 4,5 mil consultas especializadas e 22,7 mil exames.
Ao todo, participaram mais de 3,2 mil profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e estudantes. A ação integra o programa Agora Tem Especialistas, criado para reduzir filas históricas do SUS, que chegaram a se agravar justamente nos anos da pandemia.
Herança da covid-19
A lembrança de Lula sobre o período da covid-19 teve também um tom político. O presidente ressaltou que a crise sanitária escancarou desigualdades no acesso à saúde e reforçou a importância de programas como o Mais Médicos.
Segundo ele, o país contava com 18 mil profissionais em 2016, antes do impeachment de Dilma Rousseff. Esse número caiu para 12 mil em 2023, mas hoje já supera 30 mil. “Houve uma piora na saúde brasileira. Mas já estamos com quase 30 mil médicos, mais do que dobramos em dois anos e meio, e achamos que é pouco”, disse Lula.
Saúde como política de Estado
Para o presidente, iniciativas como o mutirão não devem ser vistas apenas como ações de governo, mas como compromissos de Estado, que exigem continuidade. Ele defendeu ainda a construção de 13 novos hospitais universitários até 2026, reforçando a estratégia de usar a rede de ensino e formação médica como pilar de expansão do SUS.
Entre a memória e o futuro
Ao recuperar o papel do SUS na pandemia, Lula buscou conectar passado e presente: de um lado, a resistência de um sistema pressionado por uma tragédia global; de outro, a tentativa de reorganizar a rede para reduzir filas e ampliar diagnósticos.
“O que nós estamos apontando para a sociedade brasileira é que as filas têm jeito”, resumiu o presidente, em um discurso que procurou resgatar confiança no SUS como símbolo de unidade nacional — e também como vitrine de sua gestão.