O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que pretende travar uma “luta” e concentrar esforços em ações de combate à violência contra a mulher. Essa declaração foi feita durante a convenção que formaliza a candidatura de Luiz Fernando (PT) a prefeito em São Bernardo do Campo.
“A violência contra a mulher aumentou muito. E vamos fazer uma luta. Vamos fazer uma luta”, defendeu Lula durante uma conferência do Partido dos Trabalhadores em São Bernardo do Campo. “Um homem que é homem, um homem que tem fé em Deus, que é fraterno, não pode nunca levantar a mão para agredir uma mulher”, complementou.
Lula tenta desvencilhar-se do comentário feito na terça-feira 16, durante uma reunião com o setor da indústria de alimentos no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente disse ter ficado triste com a notícia de que a violência contra a mulher aumenta após partidas de futebol.
“Hoje eu fiquei sabendo de uma notícia triste, uma notícia que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois do jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável”, disse Lula. “Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu, mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, completou.
O presidente foi criticado nas redes sociais e acusado de machismo e misoginia por usuários. A Anistia Brasil, organização ligada à defesa dos direitos humanos, destacou que o comentário de Lula ‘normaliza uma tragédia brasileira que deveria preocupar todo mundo, principalmente o presidente’, referindo-se ao fato de que pelo menos 10,6 mil mulheres foram vítimas de feminicídio desde 2015, quando a lei tipificou o crime.