O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar as privatizações e defendeu as estatais. A declaração foi feita durante uma visita ao Centro de Operações Espaciais Principal (Cope-P) da Telebras, em Brasília.
“Tem coisas que têm que ser, inexoravelmente, do Estado. É assim na Alemanha, na França e nos Estados Unidos. Muita gente foi levada, neste país, pela tese de que tem que abrir o mercado para todo mundo, que o importante é o livre acesso ao comércio”, afirmou Lula.
No início do seu terceiro mandato, Lula retirou a Telebras do conjunto de estatais que seriam privatizadas, contrariando a postura pró-privatização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“No caso dos Correios e da Telebras, nós chegamos ao cúmulo da ignorância de que essas duas empresas estavam praticamente proibidas de vender serviços ao Estado, mesmo que oferecessem preço mais barato. É um Estado que não se respeita, um governo que não tem visão de Estado. Pessoas que não pensam no Brasil”, mencionou Lula.
Também no ano passado, o governo promoveu uma troca na diretoria da Telebras. A mudança permitiu a entrada de nomes ligados ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), cotado para se candidatar à presidência do Senado no ano que vem.
Segundo matéria do site UOL, um relatório financeiro da Telebras apontou que a dívida com fornecedores da companhia subiu 105% em um ano. Em junho de 2023, a dívida estava em 87,7 milhões de reais, mas, um ano depois, saltou para 180,5 milhões de reais.
Em nota, a Telebras reconheceu o crescimento da dívida, mas disse que a expectativa é resolvê-la no ano que vem. A empresa disse estar “em negociação com novos clientes, que contribuirão para aumentar ainda mais as receitas”.