Lula reforça compromisso com a paz e propõe mediação para conflito na Ucrânia

Ao fim da visita a Moscou para o 80º aniversário do Dia da Vitória, o presidente Lula falou à imprensa, neste sábado (10), sobre o fortalecimento das relações bilaterais com a Rússia. O estreitamento dos laços entre as duas nações incluem áreas de comércio, energia e ciência e tecnologia, informou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na abertura da coletiva. Na entrevista, entre outros assuntos, Lula falou sobre o conflito na Ucrânia, e reiterou a posição do de contribuir para negociações de paz ao lado da China, por meio de um grupo de “amigos da paz”.

“Vocês poderão perguntar: vocês discutiram a questão da guerra da Ucrânia?”, disse Lula. “Discuti antes, durante e depois, porque dissemos ao presidente Putin aquilo que a gente vem dizendo desde que começou a guerra: a posição do Brasil é contra a ocupação territorial do outro país”, declarou o presidente. Lula ressaltou, no entanto, que a atuação do grupo depende, em larga medida, da vontade dos dois países em guerra aceitarem a mediação.

Lula criticou a nova corrida armamentista em curso no mundo, sobretudo na Europa. “O Brasil acha uma loucura ficar incentivando guerra, a Europa estar voltando a se armar, a Inglaterra estar voltando a se armar”, condenou o petista. “Estamos gastando trilhões de dólares com armas, quando o mundo precisa que a gente gaste trilhões com educação, saúde e comida para o povo que está passando fome. É esse mundo que a gente quer construir”, frisou.

O presidente comentou ainda sobre os dados econômicos positivos do Brasil, a investigação sobre fraudes na Previdência Social e as críticas à sua participação no desfile do Dia da Vitória. Lula apontou para o significado histórico do evento e a importância de combater o nazismo.

“Esse é um país que, de todos os que participaram com os Aliados, foi o que mais perdeu gente. Perdeu praticamente 26 milhões de pessoas”, Lembrou Lula. “Chegou num momento em que a população, a juventude, praticamente estava dizimada pela Segunda Guerra Mundial. Eu vim ver porque é uma festa importante. Precisamos ter consciência de que a gente não pode nunca mais permitir, sabe, que coisas como o nazismo voltem a acontecer no planeta Terra”, argumentou Lula.

Ele concluiu defendendo a soberania do Brasil e uma política externa independente, rejeitando a ideia de o país ser o “quintal” de qualquer outra nação. E voltou a advogar em nome do multilateralismo e por uma reforma na Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente lembrou que o Brasil “continua defendendo a renovação do Conselho de Segurança da ONU com a entrada de novos países”.

Após a coletiva, o presidente segue para a China, onde terá uma agenda de encontros bilaterais com o presidente Xi Jinping.

Da Redação

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