Lula realiza sua primeira visita de Estado ao Japão, com foco em comércio de alimentos, tecnologia e meio ambiente

Nesta quarta-feira (25/3), o presidente Lula desembarcou em Tóquio para sua primeira visita de Estado ao Japão. Acompanhado de ministros, a cúpula do Congresso, sindicalistas e empresários, o petista vai participar de reuniões com sindicatos japoneses e marcar presença no Fórum Empresarial Brasil-Japão.

Pelo lado brasileiro, estarão empresários dos setores de alimentos, agronegócio, aeroespacial, bebidas, energia, logística e siderurgia, entre outros. No fim da tarde, Lula se reúne com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, no Palácio Akasaka. Na sequência, ambos participam de Cerimônia de Assinatura de Atos e, depois, será oferecido um jantar a Lula e à comitiva.

Prevê-se a assinatura de acordos bilaterais em áreas como ciência e tecnologia, combustíveis sustentáveis, educação, pesca, recuperação de pastagens/terras agrícolas, entre outras.

Segundo declarou Lula na semana passada, durante entrevista a veículos de mídia japonesa, “Brasil e o Japão têm uma relação comercial de 11 bilhões de dólares. É pouco para a grandeza do Japão e do Brasil.”

De acordo com o presidente, a intenção da viagem é “atrair mais investimentos e que o Brasil possa fazer parcerias com empresas japonesas para discutir sobretudo a questão da transição energética, que é uma coisa muito poderosa e que o mundo está precisando”.

“Espero que cresça o nosso fluxo de comércio. Sei que o Japão importa praticamente 60% de todo o alimento que consome. E o Brasil hoje é um país que está se transformando num shopping center de alimentos do planeta. O que espero é mais amizade, mais democracia, mais multilateralismo, mais troca de experiência científica e tecnológica”, frisou Lula.

Na quinta-feira (27/3), Lula deve conceder uma coletiva de imprensa e participar da Cerimônia de Despedida com o Imperador Naruhito. Às 12 horas do horário local (meia-noite de quarta para quinta, em Brasília), está prevista a decolagem da comitiva brasileira para o Vietnã, com chegada a Hanói com previsão para as 16h locais (6h da manhã, horário de Brasília).

130 ANOS DE RELAÇÕES BRASIL-JAPÃO

Em 2025, comemoram-se os 130 anos das relações diplomáticas Brasil–Japão. Ano passado, Brasil e Japão registraram intercâmbio comercial de US$ 11 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 146,8 milhões.

O Brasil exporta principalmente carne de aves (frescas ou congeladas), alumínio, carne suína, celulose, café e minério de ferro. Já as importações são compostas por partes e acessórios de veículos, instrumentos e aparelhos de medição, motores de pistão e demais produtos da indústria de transformação.

O Brasil conta com a maior população nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de 2 milhões de pessoas, e o Japão abriga a quinta maior comunidade brasileira no exterior, com 210 mil nacionais.

O Japão realiza apenas uma visita de Estado por ano. A última aconteceu em 2019 com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Desde então, em função da pandemia, não houve nenhuma. A relação entre Brasil e Japão foi elevada à Parceria Estratégica e Global em 2014, durante a visita do então primeiro-ministro Shinzo Abe ao Brasil. 

Desde 2023, com o fim da pandemia, os contatos de alto nível se intensificaram. Em 2023, o presidente Lula participou da Cúpula do G7, em Hiroshima. Em maio de 2024, o então primeiro-ministro Fumio Kishida realizou visita oficial ao Brasil, e em novembro, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba participou da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, quando teve um encontro bilateral com o presidente Lula.

SETOR AUTOMOTIVO

O Japão é um dos principais e mais tradicionais parceiros do Brasil na Ásia. É a nona origem de investimentos estrangeiros no Brasil, com cerca de US$ 35 bilhões de estoque de investimento em 2023, o que representa um aumento de 24% em relação a 2022. Nos últimos anos, o setor automotivo recebeu aportes significativos de investidores japoneses. Em 2024, a Toyota anunciou investimentos de R$ 11 bilhões até 2030, e a Honda, de R$ 4 bilhões, também até 2030.

Com informações da SECOM/GOV

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