Após um massacre que dizimou mais de 45 mil palestinos na guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, Donald Trump ultrapassou todos os limites do bom senso ao propor uma verdadeira limpeza étnica na região, para além dos inúmeros crimes de guerra cometidos por Benjamin Netanyahu. Na quarta-feira (4), ao lado do extremista de direita, Trump afirmou que os Estados Unidos irão assumir o controle da região propondo, na prática, varrer mais de dois milhões de palestinos da própria terra. Em outras palavras, uma violação do direito intenacional.
A reação internacional foi imediata, a começar pelo presidente Lula. ”A fala dele é incompreensível para qualquer ser humano”, afirmou Lula, em entrevista às rádios Itatiaia, Band News BH e Mundo Melhor, na manhã desta quarta-feira (5). “Acho que as pessoas precisam parar de falar aquilo que lhe vem à cabeça e começar a falar o que é razoável. Cada um manda no seu país, governa o seu país, e vamos deixar os outros países em paz”, frisou Lula.
“Os EUA participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza”, lembrou Lula. “Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: ‘nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza’”.
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“Qualquer transferência forçada ou deportação de pessoas de território ocupado é estritamente proibida”, destacou o Escritório de Direitos Humanos da ONU em Genebra, em pronunciamento à agência de notícias Reuters. Outros países reagiram à altura da gravidade da crise, com nações europeias, árabes e a Rússia condenando veementemente o plano de expulsão do povo Palestino da Faixa de Gaza.
“É triste e desumana a visão de Trump sobre o povo palestino, vítima de um genocídio em Gaza”, reagiu a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, Quer expulsar, sem dar rumo algum, a população que está ali há milhares de anos, numa limpeza étnica em tudo semelhante ao que praticou o nazismo de Hitler e ao que vem sendo feito pelo governo de extrema-direita de Israel.
É triste e desumana a visão de Trump sobre o povo palestino, vítima de um genocídio em Gaza. Quer expulsar, sem dar rumo algum, a população que está ali há milhares de anos, numa limpeza étnica em tudo semelhante ao que praticou o nazismo de Hitler e ao que vem sendo feito pelo…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 5, 2025
Para Gleisi, as propostas não apenas ignoram a história milenar do povo palestino na região, mas também desrespeitam os direitos humanos fundamentais.
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A presidenta do PT sublinha que “Gaza não é um lote vago nem pode ser tratada como reles propriedade imobiliária de Trump ou do país que ele governa”. Ao contrário, Gaza é “parte milenar do território de um povo oprimido e sacrificado, que tem todo direito a viver num estado soberano”, um direito reconhecido por “Brasil, a ONU e a imensa maioria dos países”.
Da Redação