O presidente Lula (PT) marcou para a próxima segunda-feira (8) uma reunião virtual entre os líderes do Brics — Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), Cyril Ramaphosa (África) e Vladimir Putin (Rússia) — para discutir as reações que o bloco terá contra o tarifaço de Donald Trump.
Mais seis países participarão do encontro, sendo eles Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O principal eixo das conversas será a “defesa do multilateralismo” com enfoque em propostas para reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC).
“A convocação é parte das atividades da presidência brasileira do grupo, que se estende até o final do ano. Envolverá também a coordenação entre os membros do Brics com vistas à COP30”, informou o governo brasileiro em nota.
A Índia acabou de receber uma taxa de 50% sobre seus produtos pelos Estados Unidos, similar à imposta ao Brasil, e o bloco está buscando fortalecer parcerias econômicas e expandir mercados para além do ocidente. A Rússia também foi sancionada pelos EUA em 2022 por conta da guerra na Ucrânia.
Mauro Vieira, chanceler do Brasil, comentou na semana passada em um evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que Lula está buscando pautar uma reestruturação da OMC. Atualmente, o órgão está paralisado pela falta de indicações dos Estados Unidos para compor seus tribunais.
Uma possível reforma proposta por Lula buscaria retirar a força desigual que países do Norte Global têm sobre a OMC, recriando o poder mediador de uma forma verdadeiramente multilateral. Trump, por exemplo, criticou os Brics por sua suposta “posição antiamericana”, ameaçando todos os seus integrantes com uma sobretaxa de 10%. A OMC foi incapaz de criar qualquer resposta prática a essa crise.
