Alguns analistas do PT estão tentando defender a tese de que há um bloco do imperialismo e um bloco dos BRICS, e que Lula está sendo um estadista ao tentar se equilibrar entre ambos. Essa analogia é incorreta. O que existe é o bloco do imperialismo e o bloco dos países oprimidos. O Brasil está com os países oprimidos e, portanto, se ele não estiver jogando o jogo dos países oprimidos, ele age contra si mesmo. Para isso vale uma analogia com o futebol.

De um lado há o time do imperialismo. Os EUA, Inglaterra, França, Alemanha, Japão e alguns outros. Do outro os países oprimidos, Rússia, China, Brasil, Índia, toda a América Latina, toda África, o Oriente Médio alguns países da Europa, isto é, todo o mundo com exceção dos países imperialistas. O jogo funciona assim, quando o imperialismo faz um golpe, por exemplo, o golpe de Estado em Bangladexe, os oprimidos perdem. Quando os oprimidos fazem um gol, como a expulsão dos franceses do Níger, o imperialismo perde.

O que falta para completar a analogia são os países oprimidos que estão jogando contra o próprio time, são os países que são lacaios do imperialismo. Na América Latina há o caso de Milei, no Oriente Médio a Jordânia, na África a Nigéria, na Ásia havia o Paquistão e agora Bangladexe. Estes países governados por capachos do imperialismo estão focados em fazer gol contra. A Nigéria, por exemplo, tentou por muito tempo impedir o Níger de fazer seu golaço, tentou falar que Macron havia sofrido falta, mas não teve jeito.

Ou seja, esse é o mundo, são dois times, cada país já tem o seu. O Brasil é o jogador mais importante de todos na América Latina, o Neymar. A partida está sendo jogada em Caracas, o time de rival tem os EUA, a Inglaterra, a França e a Espanha. Do nosso lado Cuba, Nicarágua e Honduras. O time rival ainda comprou alguns dos nossos jogadores, Argentina, Peru, Equador. Esse é o jogo. Não adianta tentar conciliar com o time rival, o negócio deles é fazer o gol em Caracas e se vencerem a próxima parada é o Maracanã.

O craque da América do Sul tem que entrar na partida e garantir o título. Os venezuelanos jogando em casa têm vantagem. Mas ainda assim a participação de Lula é crucial. Não adianta acreditar que é possível conciliar entre os dois times. Um dos dois vai vencer, e Lula, quer queira ou não, está no time de Maduro.

 

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 19/08/2024