Lula e Xi Jinping

 

William Huo é um executivo com uma carreira destacada na indústria de tecnologia e negócios internacionais. Formado em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação pela Universidade de Princeton, EUA, ele iniciou sua trajetória profissional na Intel, onde ocupou diversos cargos, incluindo Chief Representative em Pequim.

Após sua passagem pela Intel, Huo fundou e lidera a Cogent International Inc., uma empresa focada em soluções tecnológicas e consultoria estratégica, com sede em Pequim. Atualmente, como presidente da Cogent International, Huo continua a influenciar o setor de tecnologia, promovendo inovações e estratégias de negócios que conectam mercados globais.

Huo escreveu o seguinte no X sobre a visita de Lula à China:

Lula não foi a Pequim para questões de imagem. Ele foi para enterrar a Doutrina Monroe e reviver o Sul Global. Esta análise explica por que sua visita marca um ponto de virada no colapso da hegemonia dos EUA e na ascensão do poder do BRICS.

Quando Lula chegou a Pequim com um batalhão de ministros e CEOs, não foi uma visita de cortesia. Foi uma declaração. O líder mais desafiador do Sul Global está de volta, e ele não veio pedir permissão.

Ex-metalúrgico, torturado durante a ditadura (sic), duas vezes eleito presidente e depois preso em um golpe de lawfare, Lula é a prova viva de que não se pode matar uma boa ideia cujo tempo chegou.

E essa ideia é simples. O Brasil, e o resto do Sul Global, não serão mais a plantation do império de Washington. O esquema de commodities por dólares acabou. Lula foi a Pequim para reescrever as regras.

Enquanto Trump fala sobre tarifas de 10% e embargos totais, Lula e Xi estão assinando acordos de infraestrutura, energia e investimentos no valor de bilhões de dólares. Projetos reais. Desenvolvimento real. Não “promoção da democracia” sob a ponta de uma arma.

Isso é o BRICS 2.0. E adivinhem quem está comandando o banco. Dilma Rousseff, companheira de Lula, que sofreu impeachment dos oligarcas, agora presidindo o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS em Xangai. Esse arco não é acidental.

A foto icônica de Dilma, aos 22 anos, enfrentando um tribunal militar, desafiadora, agora contrasta com sua imagem na sede do BRICS na China, de blazer vermelho, lançando megaprojetos verdes. É a mesma luta, numa frente diferente.

O BRICS nunca foi apenas um símbolo. É um clube dos sobreviventes. E a visita de Lula sinaliza algo maior. Um realinhamento coordenado do Sul Global, afastando-se dos pontos de estrangulamento do FMI e em direção à soberania compartilhada.

Lula deixou claro. Se os EUA aplicarem tarifas sobre o Brasil, o Brasil responderá à altura. Reciprocidade, não reverência. O Brasil não será repreendido por um país que não consegue manter suas próprias pontes de pé.

Isso não é sobre ideologia. É sobre poder de barganha. Os EUA exportam armas e sanções. A China exporta ferrovias, 5G e satélites. Adivinhe qual parceiro o Sul Global prefere.

Para a América Latina, isso é um divórcio muito atrasado da Doutrina Monroe. Petro, Boric e Lula não foram eleitos para serem os xerifes do império do tio Sam. Eles vieram para construir algo novo.

De Xangai a São Paulo, um novo eixo está tomando forma. E não passa por Davos ou D.C. Ele passa por portos, centros de dados e comércio bilateral em moeda local.

Lula em Pequim não é apenas uma visita diplomática. É um cortejo fúnebre para a hegemonia dos EUA na América Latina e um batismo para um mundo multipolar liderado por aqueles que foram colonizados.

Ao império. O Sul se lembra. E está se organizando.

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Last Update: 14/05/2025