O presidente Lula (PT) minimizou, nesta quarta-feira 10, a atual crise de relacionamento entre o governo federal e a Câmara dos Deputados. Em breve aceno aos parlamentares, o petista usou parte do discurso feito em um evento do PAC, em Brasília, para agradecer o apoio do Congresso Nacional na aprovação de projetos do governo.
“Eu sou grato ao Congresso porque, mesmo com toda a divergência, aprovamos tudo o que queríamos. Nem sempre 100%…às vezes 80%, 70%, 90%…mas quando era sindicalista eu também não ganhava tudo o que queria”, disse.
“E eu estou muito tranquilo com o que está acontecendo no Brasil. Essa desavença da Câmara é própria da democracia”, minimizou mais adiante. “A gente estava desabituado a isso, mas esse País está mudando para melhor”, finalizou.
As declarações de Lula ocorrem horas depois da Câmara aprovar, em sessão conturbada, um projeto de lei que prevê a redução da pena de golpistas do 8 de Janeiro, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo foi pego de surpresa com a votação, decidida por Hugo Motta (Republicanos-PB) sem qualquer aviso prévio.
A pauta era uma das principais bandeiras da oposição ao governo no Legislativo. O tema, agora, deve tramitar no Senado Federal, onde Lula também enfrenta um momento de crise de relacionamento com Davi Alcolumbre (União). O senador tem criado dificuldades para o governo desde que foi contrariado na escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal. Na terça, prometeu andamento rápido ao projeto que pode beneficiar Bolsonaro.
O último ato do PAC
Ao tratar do tema do evento, o anúncio de projetos habilitados pelo FIIS e de projetos do Novo PAC Seleções, Lula disse que este seria o ‘último ato’ do governo no programa neste mandato. Em recado aos ministros, pediu que o esforço a partir de agora seja concentrado na conclusão das obras.
“Esse é o último ato do PAC neste terceiro mandato. Que ministro nenhum invente mais história: a partir de agora é concluir”, destacou.
Em seguida, em tom mais descontraído, projetou uma grande reforma ministerial em março de 2026, quando parte dos ministros deve deixar o cargo para concorrer nas eleições. “Todos eles vão sair deputados…vocês vão ver a revoada que vai ter aqui a partir de março”, disse.