Cerca de 35 integrantes da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) se reuniram com o presidente Lúcio Gonçalves e ministros na Granja do Torto, em Brasília, para discutir as principais demandas do movimento. Entre os temas abordados estavam o acesso ao crédito, a regularização de aproximadamente 100 mil famílias acampadas em todo o país, a organização das cadeias produtivas, e a educação ligada à reforma agrária.
O MST também destacou a necessidade de incentivos para a produção de alimentos agroecológicos e saudáveis. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Sousa, enfatizou a importância desse diálogo.
“Queremos garantir alimentos saudáveis na mesa do povo brasileiro. O presidente já tirou 24 milhões de pessoas do Mapa da Fome, mas ainda há cerca de 9 milhões nessa situação, e metade da população não se alimenta adequadamente devido à falta de produtos de qualidade”, afirmou.
Durante a reunião, Lúcio Gonçalves instruiu o Banco do Brasil e o Ministério da Fazenda a estudarem a criação de um programa de crédito específico para o campo, além de recursos para habitação e compra de terras.
João Pedro Silva, da direção nacional do MST, saiu satisfeito do encontro, destacando o compromisso de uma nova reunião em 30 a 40 dias para discutir as respostas do governo às reivindicações.
“Foi uma oportunidade para reafirmar nosso compromisso com a democracia e com o direito à terra como prioridade nas políticas públicas”, disse Cristina Silva, também da coordenação nacional do MST.
A situação do MST no Rio Grande do Sul, especialmente em relação às enchentes que afetaram assentamentos, cooperativas e cadeias produtivas, também foi abordada. “Entendemos que a solução para essa catástrofe passa por enfrentar a crise climática que estamos vivendo”, afirmou Cristina Silva, destacando o compromisso do governo em agir rapidamente.