Uma das maiores ações de acesso ao cozimento limpo do mundo, o programa Gás do Povo foi lançado nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte, pelo presidente Lula. A iniciativa é a mais nova política pública do governo federal para garantir e ampliar o acesso gratuito de famílias de baixa renda ao gás de cozinha.

O Gás do Povo é um marco na garantia de segurança alimentar, saúde, dignidade e bem-estar. Ele substitui e triplica o número de beneficiados do Auxílio Gás, alcançando 50 milhões de pessoas.

“Todos têm direito a morar, estudar, ter acesso a cultura e lazer. Todo mundo tem que ter direito a comer e, para ter direito ao alimento, precisa ter gás para cozinhar. É por isso que o gás está entrando na cesta básica agora para 17 milhões de famílias”, anunciou o presidente Lula no evento de lançamento da iniciativa no Aglomerado da Serra, na capital mineira.

Atingindo todo o Brasil

O programa Gás do Povo reafirma o Brasil como líder global em transição energética justa e inclusiva, promovendo uma política integrada de saúde pública ao substituir o uso da lenha por uma fonte de energia mais limpa, o que contribui para a proteção de mulheres e crianças à exposição de fumaça.

A maior parte dos beneficiados, mais de 7,1 milhões de famílias, está no Nordeste. No Sudeste serão 4,4 milhões, no Norte 2,1 milhões, no Sul 1,1 milhão e no Centro-Oeste 889 mil. O programa distribuirá cerca de 65 milhões de botijões por ano.

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Inclusão energética

Além de combater a pobreza energética, o Gás do Povo alivia o orçamento das famílias de baixa renda e garante mais saúde e segurança a pessoas que usam lenha, álcool e outros materiais inflamáveis. “É um dos programas sociais mais importantes e completos do nosso governo, cuidando diretamente das pessoas”, assinalou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

“[O programa Gás do Povo] já começa gigante e garante dignidade às famílias. É alívio imediato, é dinheiro no bolso, é economia na veia dos que mais precisam. Um botijão de gás pode representar 10% do salário mínimo. Ele veio para tirar o Brasil da fumaça e acender de vez a chama da inclusão energética. Pela segunda vez, o Brasil saiu do Mapa da Fome, agora vamos acabar com a pobreza energética”, ressaltou.  

Em seu perfil nas redes sociais, Silveira postou: “É o Gás do Povo provando que o nosso governo está do lado do povo brasileiro”.

“É uma política também de direitos humanos”, salientou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, no evento que teve também a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da ministra de Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo. 

“Temos muitos programas sociais, mas o preço do gás ainda estava pesando no bolso de muitas famílias. Agora é como se a gente tivesse ganhando um 14º salário. É vale economia no bolso!”, enfatizou Macaé.

Lula reclama do preço do botijão 

Em seu discurso na cerimônia de lançamento do programa, Lula voltou a criticar o preço do botijão, que sai da Petrobras por R$ 37 e chega em muitos lugares a R$ 150. “É um absurdo a diferença, então resolvemos aumentar o programa, ao invés de atender 5 milhões de famílias, vamos atender 17 milhões de famílias. Decidimos fazer com que as pessoas mais humildes do país recebam botijão de gás necessário para consumir durante o ano”, salientou o presidente, que fez críticas a seu antecessor.

“Encontramos o Brasil assim porque ‘aquela coisa’ que foi presidente não governou, ele destruiu esse país”, afirmou, lembrando a extinção de ministérios, a paralisação de obras e a desestruturação e falta de reajuste de programas sociais e salário mínimo. “Nós tivemos que reconstruir tudo. Passamos dois anos consertando este país e agora estamos entregando aquilo que foi plantado”.

O Gás do Povo reforça o papel do Brasil na liderança global pela transição energética justa, alinhado aos termos da presidência brasileira no G20 e BRICS, assim como ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 7 (ODS 7), da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Regras do programa 

Terão direito ao benefício as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal de até meio salário mínimo (R$ 759) por pessoa, priorizando beneficiários do Bolsa Família.

A regra prevê quantidade máxima de botijões anuais por família: até três botijões para dois integrantes, quatro para três integrantes e seis para famílias com quatro ou mais membros.

Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que o gás chega a 91% dos lares brasileiros, garantindo estrutura de distribuição para o aumento da demanda. Durante o evento, Lula pediu às distribuidoras que instalem pontos do Gás para Todos onde ainda não houver revendas credenciadas.

Gás por aplicativo 

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social será responsável pelo aplicativo do programa, que permitirá localizar revendas credenciadas e acessar o vale eletrônico. Outras formas de acesso incluem vale impresso nas agências da Caixa ou lotéricas, e o cartão do Bolsa Família. As revendas terão identidade visual padronizada.

O valor do benefício será definido regionalmente pelos ministérios de Minas e Energia e da Fazenda, com base em dados da ANP, sem incluir frete de entrega.

Oito estados terão mais de um milhão de famílias beneficiadas pelo Gás para Todos: Pará (1,11 milhão), Maranhão (1,01 milhão), Ceará (1,13 milhão), Pernambuco (1,14 milhão), Bahia (1,84 milhão), Rio de Janeiro (1,12 milhão), Minas Gerais (1,20 milhão) e São Paulo (1,87 milhão).

Para o programa, o governo garantiu recursos públicos, sem necessidade de créditos extras: R$ 3,57 bilhões para 2025, e reserva de R$ 5,1 bilhões para o próximo ano.

Diferença na vida das mulheres pobres 

Ponte para a cidadania energética, o Gás do Povo traz mais justiça social, saúde e dignidade, principalmente às mulheres chefes de família, que representam cerca de 90% dos lares beneficiados.

No final do evento, a primeira-dama Janja agradeceu a Lula pelos benefícios do programa para as mulheres. “Tenho muito orgulho de você porque atrás de cada botijão de gás tem uma dona de casa, tem uma mãe de família, tem uma mãe solo porque somos nós, mulheres, em sua maioria que estamos na cozinha ralando para dar de comer para os nossos filhos”, disse, citando o caso de uma criança que morreu por cozinhar com álcool.

No mundo, 2,3 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a tecnologias limpas de cozimento, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA). No Brasil, cerca de 12 milhões de domicílios usam lenha e gás combinados, sendo 5 milhões famílias de baixa renda, um universo de 15 milhões de pessoas.

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Tira-dúvidas 

Em caso de dúvidas, a qualquer momento, o cidadão pode ligar para o telefone 121, disponível 24h por dia, ou acessar o canal FalaBR, do Governo Federal.

Da Redação, com Agência Gov e Gov.br

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Last Update: 04/09/2025