O presidente Lula (PT) lamentou, nesta quarta-feira 26, a morte do brasileiro Walid Khalid Abdalla Ahmad, de apenas 17 anos, em uma prisão de Israel. A declaração foi dada em uma coletiva de imprensa em Tóquio, concedida ao lado do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba.

“A situação no Oriente Médio exige respostas urgentes da comunidade internacional. A recente violação do cessar-fogo em Gaza soma-se a uma sequência de afrontas aos direitos humanitários”, criticou Lula no pronunciamento a jornalistas.

O presidente voltou a afirmar que o país defenda a paz na região, assim como em outras partes do globo, mencionando, especialmente, a Ucrânia“Por isso o Brasil e um grupo de países emergentes criaram um clube de paz”, lembrou.

Em seguida, Lula disse que o Brasil recebeu com tristeza a informação de que o jovem Ahmad teria falecido na prisão israelense. “Estamos vendo com muita seriedade o fim do cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde muitas pessoas foram mortas e essa semana tivemos a tristeza de ver a morte de um brasileiro que foi preso em Israel”, destacou.

A morte de Ahmad, convém registrar, ocorre em circunstâncias ainda pouco explicadas, o que levou o Itamaraty a requisitar informações sobre o caso. O adolescente estava detido em Megido, no norte de Israel desde o dia 30 de setembro de 2024, quando ainda residia na Cisjordânia.

A prisão onde o brasileiro foi mantido é definida por palestinos como um “campo de concentração”. O local é conhecido por casos de tortura com choques elétricos, espancamentos e privação de comida.

“Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”, informou o Itamaraty em nota sobre o tema.

A pasta também citou que 11 brasileiros estão presos em Israel, em “clara violação ao Direito Internacional Humanitário”. A maioria do grupo, segundo a diplomacia brasileira, não foi formalmente acusada ou julgada pelos supostos crimes que lhes são imputados.

Críticas à extrema-direita

Na coletiva concedida nesta quarta-feira, Lula tornou a criticar a atuação da extrema-direita ao redor do globo. O tema já havia sido abordado pelo brasileiro em um discurso feito horas antes, em um fórum de empresários. No evento, Lula deu fortes recados a Donald Trump, suas políticas negacionistas no comando dos Estados Unidos e disparou contra a guerra comercial promovida pelos norte-americanos.

“O primeiro-ministro e eu concordamos que a sustentabilidade, a paz e a democracia são essenciais para o futuro do planeta. O extremismo, o discurso do ódio e as notícias falsas solapam as instituições e fomentam a intolerância”, resumiu Lula na coletiva.

“O mundo atravessa uma situação política difícil, uma situação econômica complicada e muita insensibilidade na relação política entre os Estados. Protocolos como o de Kyoto não foram cumpridos, acordos como o de Paris não foram cumpridos e alguns países desistiram”, insistiu o brasileiro, retomando parte dos recados ao republicano.

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Last Update: 26/03/2025