O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira (9), em Manaus, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia) para o enfrentamento de crimes ambientais, tráfico de entorpecentes, armas e pessoas.
O CCPI Amazônia vai promover a colaboração entre os nove países amazônicos e os nove estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal no enfrentamento de crimes.
A cerimônia contou com a participação do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e da vice-presidenta do Equador, María José Pinto.
“O Centro de Cooperação Policial Internacional que inauguramos hoje, com a ilustre presença do presidente Gustavo Petro, é uma iniciativa condizente com o tamanho e a importância da Amazônia”, disse o presidente.
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Lula afirmou que o centro será um ambiente de intercâmbio diário de experiências e de compartilhamento de inteligência.
“Será um polo de investigações e operações conjuntas, com o respaldo de tecnologia de ponta. Por meio deste centro, agentes de segurança de todos os estados da Amazônia brasileira e de todos os países amazônicos poderão se coordenar para combater a criminalidade”, destaca.
O presidente disse ainda que é a primeira vez na história da Amazônia que tantos atores se reúnem, no mesmo espaço físico, em torno de um objetivo comum.
“Não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções. As palavras-chave são ação integrada e cooperação”, observa.
O presidente da Colômbia reforçou que integração é a palavra-chave que marca a importância do CCPI Amazônia.
“Espero que todos nós possamos congregar essa integralidade dos diferentes aspectos que têm a ver com a Amazônia, essa integração policial. Foi aprovado que as forças sociais de toda a região se integrem neste esforço governamental, nacional, estatal. Sem povos, não há integração”, afirma Petro.
“Cuidar da Amazônia não é somente proteger as árvores ou os rios, é cuidar também das pessoas que lá habitam, especialmente as crianças. As crianças são os herdeiros deste território. Elas merecem crescer livres, seguras e com esperança. Que esta seja uma semente para uma cooperação mais próxima, mais humana e mais solidária entre os nossos países”, disse María José Pinto.
Interpol
Por vídeo, o secretário-Geral da Interpol, o brasileiro Valdecy Urquiza, lamentou sua ausência na inauguração do CCPI Amazônia, mas ressaltou a importância de uma estrutura dessa magnitude e frisou que a Interpol se unirá aos esforços de combate ao crime organizado.
“O CCPI Amazônia nasce como um ponto de encontro, um lugar onde o Brasil e os países da região se unem em um esforço comum, lado a lado, para enfrentar redes criminosas que exploram o tráfico de pessoas, de drogas, de armas e que destroem o meio ambiente”, disse Urquiza.
Para ele, a cooperação internacional não é apenas um conceito, é ação concreta. “O Brasil e os países que compõem a região amazônica estão comprometidos com a proteção da floresta, com a segurança das comunidades que nela vivem e com a preservação de nossa casa comum. A Interpol estará ao lado de todos vocês nesse caminho”, assegura.
Entre as autoridades brasileiras, estavam no evento os ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Também estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.