Apesar do esforço da direita bolsonarista, em aliança com neoliberais, rentistas e a grande mídia, para construir a falsa narrativa de que o governo Lula é fiscalmente irresponsável, gasta demais e estaria levando o país ao colapso, os dados do Tesouro Nacional mostram exatamente o contrário.

Eles revelam uma gestão comprometida com o equilíbrio das contas públicas e com a responsabilidade fiscal.

A retórica do caos não se sustenta diante da realidade concreta dos números.

Na verdade, o governo Lula vem se consolidando como a administração com melhor gestão fiscal dos últimos 4 anos. 

Segundo o Tesouro Nacional, o resultado primário (receita menos despesas) do governo central nesses 27 meses de governo Lula III (janeiro de 2023 a março de 2025) acumulou um déficit de R$ 233,6 bilhões (em valores deflacionados, naturalmente), ou 0,84% do PIB. 

Este é um resultado bem superior aos 3 governos anteriores. O governo Bolsonaro, em seus 48 meses, acumulou déficit de R$ 1,12 trilhão, ou 2,43% do PIB. 

Tudo bem que houve a pandemia, e isso deve levar em conta. Mas esses são os números. 

O gráfico do resultado primário mostra as contas públicas melhorando sensivelmente, mês a mês. 

O lado bom é que, para obter esses resultados, o governo Lula não copiou o modelo apocalíptico e fascista de Javier Milei, fazendo cortes drásticos no orçamento, como queriam os neoliberais daqui.

Ao contrário, despesas com saúde, educação e programas sociais (como Bolsa Família e BPC, por exemplo) continuam aumentando acima da inflação. 

As despesas com BPC, por exemplo, totalizaram R$ 31 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 12% sobre igual período do ano anterior. 

Os gastos com Fundeb, o fundo federal para educação básica, subiram 20% nos três primeiros meses deste ano, para R$ 17,7 bilhões.

No total, porém, as despesas do governo caíram 3,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior, desmentindo as acusações de que governo Lula seria “gastador”. As despesas com pessoal e encargos sociais declinaram 2,5% em Jan/Mar deste ano, igualmente derrubando a narrativa falsa do “inchaço” da máquina pública. E isso ao mesmo tempo em que o governo lançou um dos maiores programas de renovação do funcionalismo da história.

Confira os gráficos e tabelas abaixo. Depois leia o texto com dados completos. 

 

 

Leia a matéria abaixo, da Agência Gov, com os dados completos.

Governo Central tem superávit de R$ 1,1 bilhão em março e de R\$ 54,5 bilhões no 1º trimestre de 2025

O Governo Central — Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — registrou superávit primário de R\$ 1,1 bilhão no mês de março de 2025, revertendo o resultado negativo de R\$ 1 bilhão no mesmo mês de 2024.

O dado foi divulgado nesta terça-feira (29/04), durante a apresentação do Resultado do Tesouro Nacional (RTN).

“Houve uma melhora do resultado primário vis-à-vis o mesmo período do ano anterior”, destacou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

No acumulado do primeiro trimestre, o superávit foi de R\$ 54,5 bilhões, o equivalente a 1,82% do Produto Interno Bruto (PIB), frente a R\$ 20 bilhões (0,73% do PIB) no mesmo período de 2024.

O déficit primário anualizado do ciclo atual de governo — de janeiro de 2023 a março de 2025 — atingiu R\$ 103,8 bilhões, abaixo dos registrados em ciclos anteriores.

Em relação ao PIB, esse déficit caiu para 0,84%, menos da metade da média da última década.

“Nenhum dos ciclos anteriores teve resultado próximo de 0,84%. Todos ficaram entre 2% e 2,5% do PIB. Estamos abaixo disso e ainda em trajetória de queda”, afirmou Ceron.

Nos últimos 12 meses encerrados em março, o déficit acumulado foi de R\$ 10,9 bilhões, ou 0,07% do PIB, refletindo a recuperação fiscal em curso.

Receitas e despesas

A receita total do Governo Central cresceu 2,2% em termos reais em março, enquanto a receita líquida subiu 0,8%.

O destaque foi para a receita administrada, que aumentou 5,6%, contrastando com a queda de 12,5% da receita não administrada, devido à redução no recolhimento de dividendos e à ausência de depósitos judiciais registrados em 2024.

No acumulado de 2025, a receita total subiu 2,8% em termos reais, com alta de 4,4% na administrada e de 2,7% na arrecadação da Previdência (RGPS).

A receita não administrada caiu 6,4% no período, também por conta da menor entrada de dividendos e receitas de depósitos judiciais.

Do lado das despesas, houve queda real de 0,5% em março e de 3,4% no acumulado do ano.

Segundo Ceron, a despesa total do Governo Central segue em queda em relação ao PIB, chegando a 18,46% em março — sendo quase 17% em despesas obrigatórias e 1,5% em discricionárias.

Precatórios e pessoal

Parte da queda nas despesas se deve à postergação do pagamento de precatórios e ao atraso nos reajustes salariais aprovados em 2024.

“Nós temos Pessoal e Encargos Sociais com decréscimo real, lembrando que agora, em maio, vai ser feito o pagamento retroativo dos acordos salariais firmados no exercício anterior — e estava aguardando a aprovação da LOA”, disse Ceron.

Sobre os precatórios, explicou que a decisão de não pagar o estoque foi tomada para evitar pressão fiscal no primeiro semestre.

“Ajudar nesse processo de convergência da política monetária para o atingimento das metas. Ajudar a não criar mais pressão na atividade econômica”, afirmou.

A expectativa é de que a queda de 3,4% nas despesas no trimestre seja revertida com o pagamento dos precatórios, elevando esse índice para algo em torno de 2% a 3% reais.

Previdência Social

No acumulado de 12 meses até março de 2025, o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) apresentou déficit de R\$ 311 bilhões.

Já o Regime Próprio dos servidores civis e militares (RPPS) teve saldo negativo de R\$ 116 bilhões.

Restos a pagar e Regra de Ouro

O subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Rebelo Athayde, informou que até março foram pagos R\$ 160,8 bilhões em restos a pagar, com R\$ 1,2 bilhão cancelado e um saldo de R\$ 111,9 bilhões ainda pendente.

Sobre a Regra de Ouro, ele comentou que o déficit está em R\$ 54,9 bilhões até o momento.

A regra impede que receitas de endividamento superem despesas de capital. “Essa regra é apurada ao final do ano, então temos tempo para acompanhar e eventualmente reverter esse cenário”, explicou.

Ele também destacou que a receita líquida e a receita líquida ajustada, que servem de base para o teto de gastos do ano seguinte, seguem crescendo mais de 6% em termos reais em 12 meses.

Melhor resultado fiscal

No encerramento da coletiva, o secretário Rogério Ceron ressaltou que o foco do Tesouro Nacional é a política fiscal e a sustentabilidade da dívida.

“O resultado primário, que é aquilo que está no controle do governo, tem melhorado de forma consistente pelo esforço do governo. É o melhor resultado fiscal acumulado da década, entre os três ciclos de governo que tivemos”, disse.

Ceron ponderou que ainda há desafios: “Estamos buscando cumprir todos os compromissos para estabilizar a dívida, recuperar o grau de investimento e garantir um ciclo virtuoso”.

A meta, segundo ele, é melhorar o resultado fiscal gradualmente. “Agora, é intensificar esse processo. Por isso, é importante harmonizar a política fiscal com a monetária. Quanto antes o Banco Central atingir suas metas, mais cedo poderá flexibilizar sua política, o que é desejo de todos — inclusive do próprio Banco Central”, concluiu.

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Last Update: 02/05/2025