O presidente Lula reafirmou a solidez da economia brasileira, o controle da inflação, a responsabilidade fiscal do governo e rejeitou as pressões por cortes e desvinculações na saúde, na educação e benefícios. Afirmou que faz política de inclusão social para permitir que “as pessoas tenham a oportunidade de crescer”, defendendo a repartição das riquezas produzidas no país entre todos os brasileiros.
“Eu garanto que o salário mínimo não será mexido, enquanto eu for presidente da República”, assegurou, antes de sublinhar que a retomada da política de ganho real do salário mínimo é simplesmente o cumprimento do que determina a Constituição.
“Você tem sempre que colocar a reposição inflacionária porque é para manter o poder aquisitivo. E nós damos uma média do crescimento do PIB dos últimos dois anos. O crescimento do PIB é exatamente para isso, o crescimento do PIB é para você distribuir entre os 213 milhões de brasileiros. E eu não posso penalizar a pessoa que ganha menos. Eu não posso penalizar”, enfatizou.
Lula também defendeu a valorização dos salários dos trabalhadores que ganham acima do salário mínimo. “Quando o patrão de vocês dá o aumento do salário para vocês, é custo ou é investimento? Eu acho que é investimento, esse é o dado. Porque quando o patrão dá o aumento para você, ele está dando aumento porque ele acha que você merece, porque você teve produtividade e ele quer que você esteja mais feliz no trabalho e produza mais ainda”, explicou.
Lula descartou a possibilidade de desvincular do salário mínimo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as pensões, reafirmou que não vê esses benefícios como gastos, mas uma forma de dar uma vida digna aos cidadãos.
“Tem uma coisa que eu aprendi, que eu sempre reforço: pouco dinheiro na mão de poucos significa pobreza, significa desnutrição, significa analfabetismo, significa desemprego. Agora, pouco dinheiro na mão de muitos significa aumento de renda, significa mais consumo, significa mais desenvolvimento, significa mais emprego, mais educação, mais saúde”, acrescentou.
Lula também criticou a desoneração de setores da economia, argumentando que essa renúncia fiscal beneficia apenas o empresariado, em detrimento dos trabalhadores.
“O orçamento é um bolo de arrecadação, você tem que distribuí-lo”, disse.
Lula reafirmou a responsabilidade fiscal do governo e disse que o problema não é que tem que cortar, mas sim saber se precisa, efetivamente, cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação.
“Não podemos gastar mais do que arrecadamos. Eu sempre disse isso, e aprendi com a minha mãe. Isso vale para a economia do Brasil e para dentro de casa também. Só podemos contrair uma dívida para algo que seja um investimento que aumente nosso capital, nosso PIB”, afirmou.
Lula também defendeu a importância de investir em educação e saúde, argumentando que o país ainda tem menos estudantes comparado à população, ao Chile e à Argentina.