O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), questionou como “fechar a conta” se, de acordo com sua avaliação, a direita não quer pagar impostos e a esquerda não deseja cortar despesas.
Em um café da manhã com jornalistas, em Brasília, o petista disse ter consciência de que seu discurso desagrada aos dois campos.
“A direita não quer pagar os impostos que deve e a esquerda não quer conter gastos. Como é que fecha as contas?”, perguntou.
Segundo ele, é necessário mirar a sustentabilidade das contas públicas, a fim de evitar um “desarranjo”. O ministro também disse ser preciso promover uma revisão de gastos permanente.
“Acredito que o Executivo, em qualquer esfera de governo, seja uma prefeitura, seja um estado, tem que ter como prática a revisão de gastos”, acrescentou. “Não deveria ser algo extraordinário ou surpreendente.”
As declarações surgem horas depois de o Congresso Nacional aprovar as principais medidas do pacote de corte de gastos do governo, como a limitação do reajuste real do salário mínimo.
Haddad avalia que as mudanças promovidas pelo Legislativo ao longo da tramitação das propostas farão o governo deixar de economizar cerca de 1 bilhão de reais de recursos previstos. Agora, segundo ele, a gestão federal conseguirá poupar pouco mais de 70 bilhões de reais nos próximos dois anos.