O presidente concedeu entrevista à Rádio O Tempo, nesta sexta-feira, e falou da negociação da dívida de Minas Gerais e da companhia Vale. “Nunca um presidente da República tratou Minas com o carinho que eu tratei”

Em entrevista na manhã desta sexta-feira à Rádio FM O Tempo, em Belo Horizonte, o presidente reafirmou seu otimismo com o futuro do país. De passagem por Minas Gerais, onde segue anunciando intervenções do governo federal, o presidente fez questão de ressaltar seu apreço pelo estado. “Eu falo isso com muito orgulho: nunca um presidente da República tratou Minas Gerais com o carinho que eu tratei, mesmo tendo governadores adversários. Mesmo quando o Aécio era governador aqui, Minas Gerais era tratada com muito respeito e aqui nós fizemos muitos investimentos”, lembrou.

O presidente abordou a questão da dívida do estado com a União e informou os mineiros de que há receptividade e boa vontade para negociá-la. “Como o governo federal não quer prejudicar ninguém, a gente quer ver se é possível construir acordos em que todo mundo possa ganhar alguma coisa. Nós estamos com disposição, com muita disposição, de negociar a dívida dos estados. São os quatros estados mais ricos do Brasil os que mais devem: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nós vamos tentar negociar”, defendeu.

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“Como também eu estou predisposto a negociar a dívida da Vale. Não com Minas Gerais, a dívida da Vale com povo da região que foi solapada pelas barragens, Mariana e Brumadinho. Aquele povo tem que receber suas casas, aquele povo tem que receber indenização, o rio tem que ser recuperado. E a Vale está lá, com o dinheiro aplicado, sem querer pagar”, criticou o presidente.

Lula minimizou a ausência do governador Romeu Zema ao evento do dia anterior, em Contagem, região metropolitana de BH, quando o governo federal anunciou uma série de investimentos em infraestrutura urbana, saúde, educação, esporte e cultura. Rebateu também as alegações do vice-governador mineiro, Mateus Simões, de que, mesmo presente à cerimônia em nome de Zema, teria sido impedido de falar com o presidente.

“Ele sentou no palanque. Ele sentou na mesma fila de cadeiras que eu sentei. Eu conversei com ele na chegada, eu conversei com ele na entrada e eu conversei com ele na saída. Eu ainda procurei ele para dizer para ele: olha, diga ao governador que nós estamos cuidando da questão da dívida e estamos cuidando da questão da Vale”, esclareceu.

“Obviamente que eu gostaria que os governadores estivessem presentes. Nunca na minha vida, eu fui a algum estado em que eu deixei de convidar o governador. Ele tem o direito de ir ou não ir. Eu respeito também”, completou.

Investimentos em MG

Durante a entrevista, Lula antecipou a recuperação da BR-381, tema caro aos mineiros, já que a autopista corta boa parte de MG, ligando o estado do Espírito Santo à cidade de São Paulo, e recebeu a alcunha de “rodovia da morte”, dados os elevados índices de acidentes fatais. Altamente sinuosa e com trechos montanhosos, ela carece de pontos de duplicação.

“Nós vamos retomar a BR-381, a famosa ‘estrada da morte’, que nós fizemos um leilão e deu vazio, não compareceu ninguém (…) Então nós tomamos a decisão, nós vamos fazer com o orçamento da União aquela parte delicada da estrada e vamos leiloar o restante para que a gente possa concluir, definitivamente, essa estrada. Esqueça o nome ‘estrada da morte’ e que passe a ser um nome ‘rodovia da vida’, ‘rodovia do progresso’, ‘rodovia do desenvolvimento’”, afirmou o presidente.

Lula lembrou que seu governo recuperou, em apenas um ano, quatro vezes mais rodovias federais, em MG, que o de Jair Bolsonaro. “Porque, governo passado, era só lero-lero, era só xingamento, era só fake news, era só desaforo, era só ofensa, ofendia mulher, ofendia negro, ofendia sindicato, ofendia a suprema corte, ofendia a Câmara, ofendia o Senado, ofendia a mulher do Macron”, enumerou.

Preocupado com a segurança alimentar do povo mineiro, Lula também revelou às jornalistas da Rádio FM O Tempo, em primeira mão, que o CeasaMinas não será mais entregue à privatização. “Para que o Ceasa seja um instrumento para ajudar a melhorar a qualidade do nosso alimento, a distribuição do nosso alimento e o preço do nosso alimento”, explicou.

Da Redação da Agência PT

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Última Atualização: 01/07/2024