Em entrevista à Rádio FM O Tempo, em Belo Horizonte (BH), o presidente Lula reafirmou seu otimismo com o futuro do país. De passagem por Minas Gerais (MG), onde segue anunciando intervenções do governo federal, Lula fez questão de ressaltar seu apreço pelo estado. “Eu falo isso com muito orgulho: nunca um presidente da República tratou Minas Gerais com o carinho que eu tratei, mesmo tendo governadores adversários. Mesmo quando o Aécio era governador aqui, Minas Gerais era tratada com muito respeito e aqui nós fizemos muitos investimentos”, lembrou.
O presidente abordou a questão da dívida do estado com a União e informou os mineiros de que há receptividade e boa vontade para negociá-la. “Como o governo federal não quer prejudicar ninguém, a gente quer ver se é possível construir acordos em que todo mundo possa ganhar alguma coisa. Nós estamos com disposição, com muita disposição, de negociar a dívida dos estados. São os quatros estados mais ricos do Brasil os que mais devem: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nós vamos tentar negociar”, defendeu.
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“Como também eu estou predisposto a negociar a dívida da Vale. Não com Minas Gerais, a dívida da Vale com povo da região que foi solapada pelas barragens, Mariana e Brumadinho. Aquele povo tem que receber suas casas, aquele povo tem que receber indenização, o rio tem que ser recuperado. E a Vale está lá, com o dinheiro aplicado, sem querer pagar”, criticou o presidente.
Eu acordo todos os dias e me sinto muito motivado. E a minha motivação se chama Brasil e o povo brasileiro. #LulaNoOTempo
— Lula (@LulaOficial) June 28, 2024
Lula minimizou a ausência do governador Romeu Zema (Novo) ao evento do dia anterior, em Contagem, região metropolitana de BH, quando o governo federal anunciou uma série de investimentos em infraestrutura urbana, saúde, educação, esporte e cultura. Rebateu também as alegações do vice-governador mineiro, Mateus Simões (Novo), de que, mesmo presente à cerimônia em nome de Zema, teria sido impedido de falar com o presidente.
“Ele sentou no palanque. Ele sentou na mesma fila de cadeiras que eu sentei. Eu conversei com ele na chegada, eu conversei com ele na entrada e eu conversei com ele na saída. Eu ainda procurei ele para dizer para ele: olha, diga ao governador que nós estamos cuidando da questão da dívida e estamos cuidando da questão da Vale”, esclareceu.
“Obviamente que eu gostaria que os governadores estivessem presentes. Nunca na minha vida, eu fui a algum estado em que eu deixei de convidar o governador. Ele tem o direito de ir ou não ir. Eu respeito também”, completou.
Investimentos em MG
Durante a entrevista, Lula antecipou a recuperação da BR-381, tema caro aos mineiros, já que a autopista corta boa parte de MG, ligando o estado do Espírito Santo (ES) à cidade de São Paulo, e recebeu a alcunha de “rodovia da morte”, dados os elevados índices de acidentes fatais. Altamente sinuosa e com trechos montanhosos, ela carece de pontos de duplicação.
“Nós vamos retomar a BR-381, a famosa ‘estrada da morte’, que nós fizemos um leilão e deu vazio, não compareceu ninguém (…) Então nós tomamos a decisão, nós vamos fazer com o orçamento da União aquela parte delicada da estrada e vamos leiloar o restante para que a gente possa concluir, definitivamente, essa estrada. Esqueça o nome ‘estrada da morte’ e que passe a ser um nome ‘rodovia da vida’, ‘rodovia do progresso’, ‘rodovia do desenvolvimento’”, afirmou o presidente.
Lula lembrou que seu governo recuperou, em apenas um ano, quatro vezes mais rodovias federais, em MG, que o de Jair Bolsonaro (PL). “Porque, governo passado, era só lero-lero, era só xingamento, era só fake news, era só desaforo, era só ofensa, ofendia mulher, ofendia negro, ofendia sindicato, ofendia a suprema corte, ofendia a Câmara, ofendia o Senado, ofendia a mulher do Macron”, enumerou.
Preocupado com a segurança alimentar do povo mineiro, Lula também revelou às jornalistas da Rádio FM O Tempo, em primeira mão, que o CeasaMinas não será mais entregue à privatização. “Para que o Ceasa seja um instrumento para ajudar a melhorar a qualidade do nosso alimento, a distribuição do nosso alimento e o preço do nosso alimento”, explicou.
Da Redação