O presidente Lula está lúcido, falando e se alimentando normalmente. O hematoma removido pelos médicos cirurgiões na noite de segunda (9) não havia atingido o cérebro, estava situado entre camadas da meninge – uma membrana que envolve e protege o encéfalo – e a operação descomprimiu a área de sangramento sem deixar sequelas. O “risco de lesão” cerebral em Lula é “zero”, afirmou o médico Roberto Kalil.
Em coletiva de imprensa na manhã desta terça (10), os médicos do Sírio Libanês atualizaram a situação do presidente Lula, que foi operado às pressas por conta de uma hematoma frontoparietal (sangramento na região superior do crânio) decorrente do acidente doméstico que ele sofreu no mês passado.
Segundo o médico Marcos Stavale, no caso de Lula, “o sangramento estava situado entre o cérebro e a membrana meninge, chamada dura-mater. Ele comprimiu o cérebro, ele foi removido e o cérebro foi descomprimido. Lula está com as funções neurológicas preservadas”, assegurou.
O médico Mauro Suzuki explicou que o nome técnico do procedimento realizado em Lula chama-se trepanação. “Traduzindo, é uma pequena perfuração no crânio, são orifícios pequenos. Um procedimento relativamente padrão em neurocirurgia. Não é uma abertura ou violação do crânio importante”, esclareceu. O termo que vinha circulando na imprensa, “craniotomia, não está errado, mas a gente usa esse termo para aberturas maiores”, comentou.
Lula seguirá internado na UTI para observação pelas próximas 48 horas. De acordo com Roberto Kalil, “se tudo correr bem, como está correndo, a previsão é de que o presidente esteja em Brasília semana que vem”, para retomar aos poucos a vida normal.
De acordo com o médico Rogério Tuma, geralmente esse tipo de cirurgia não requer novas intervenções para fechamento. A cicatrização costuma ocorrer de maneira espontânea. “A gente fez o procedimento para que o hematoma não comprima o cérebro. Então fica livre de sequelas. O cérebro está livre de qualquer compressão ou lesão”, reforçou.
Para Kalil, é “muito pouco provável” que o hematoma se refaça, “porque foi drenado totalmente.” “Tudo pode, mas é muito pouco provável”, finalizou. Ainda de acordo com o médico do presidente, boletins diários serão emitidos nos próximos dias, a pedido de Lula, para atualizar a imprensa e sociedade a respeito do seu quadro de saúde.
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