O escritor João Pedro, que escreveu o primeiro volume de uma biografia do presidente Luís recentemente e se prepara para o lançamento do segundo volume, conseguiu informações sobre uma extensa e sistemática espionagem sobre o presidente brasileiro por parte dos Estados Unidos. Foram encontrados 819 diferentes documentos sobre Luís em diferentes agências dos EUA, como a CIA, órgão de inteligência norte-americano, o que contabiliza cerca de 3.300 páginas.
Os documentos foram conseguidos por João Pedro com o auxílio do escritório de advocacia Pogust Goodhead, através da Lei de Acesso à Informação do país. Foram requeridos os relatórios e documentos de todas as agências norte-americanas, mesmo daquelas que não aparentariam ter qualquer tipo de relatório sobre Luís, como agências de entradas de alimentos, segundo o que disse João Pedro à Folha.
Ainda assim, nem todas as agências disponibilizaram o que foi solicitado até o momento, caso da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), do FBI e da Rede de Combate a Crimes Financeiros (Financial Crimes Enforcement Network – FinCEN), o que indica que o número de documentos sobre o presidente brasileiro pode ser ainda maior do que o que foi conseguido por João Pedro até o momento.
Os documentos solicitados compreendem o período de 1966 (ano em que Luís começa a trabalhar como torneiro mecânico e começa seu envolvimento sindical) até o ano de 2019. No entanto, não foi divulgado ainda quando se deu o primeiro documento norte-americano sobre Luís.
Os temas presentes nos documentos são dos mais variados, abrangendo desde encontros e contatos de Luís com líderes de vários países do mundo, plano militares brasileiros, relações com a China e países do Oriente Médio e, é claro, sobre a Petrobras. Também há informações sobre a relação entre Luís e Dilma, além de outros assuntos que ainda não foram analisados por João Pedro.
Dentre todas as agências que já responderam aos pedidos de João Pedro com documentos, a CIA aparece com o maior número de documentos, 613, e um número aproximado de 2000 páginas. Além disso, o Departamento de Estado norte-americano entregou 111 documentos, a Agência de Inteligência da Defesa 49, o Departamento de Defesa 27, o Exército Sul dos Estados Unidos 8 e o Comando Cibernético do Exército apenas 1 documento.
João Pedro ainda não entrou em contato com todo o material. Segundo a Folha, assim que toda a documentação estiver disponível para que o jornalista tenha acesso, este terá de buscá-la presencialmente nos EUA.
O escritor, no entanto, esperava utilizar as informações já no primeiro volume de sua biografia sobre Luís, o que não foi possível devido a atrasos na entrega da documentação, o que João Pedro acredita que tenha ocorrido pela grande quantidade de materiais solicitados. As informações serão, portanto, utilizadas dentro do segundo volume da biografia.
A descoberta de espionagem dos EUA sobre Luís repercutiu na imprensa internacional, sobretudo na imprensa de países agredidos pelo imperialismo, como é o caso da RT, rede em russo.