O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs a realização de “novas eleições livres” na Venezuela, em meio à disputa entre o presidente Nicolás Maduro e a oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia. Pouco antes, o presidente Lula fez a mesma sugestão.
Logo depois, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, saiu em defesa dos pedidos de Brasil e Colômbia. Questionado por um repórter na Casa Branca se endossa a realização de um novo pleito, o democrata respondeu: “eu apoio”.
Petro também sugeriu “levantamento de todas as sanções contra a Venezuela, anistia geral nacional e internacional, garantias totais à ação política e governo de coexistência transitório”.
“A experiência da Frente Nacional colombiana é uma experiência que, se usada temporariamente, pode ajudar a alcançar uma solução definitiva”, escreveu o líder colombiano. A Frente Nacional foi um acordo entre os partidos Liberal e Conservador na Colômbia entre 1958 e 1974.
Lula e Petro têm trabalhado em conjunto na tentativa de viabilizar uma solução para a crise na Venezuela – o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, se afastou de Brasil e Colômbia na articulação.
“Ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade, para o mundo”, disse o petista em entrevista à Rádio T. “Se ele tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário de que participe todo mundo e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro.”
María Corina Machado reagiu rapidamente e repudiou a possibilidade de a Venezuela convocar uma nova votação.
“Propor ignorar o que aconteceu em 28 de julho, para mim, é uma falta de respeito pelos venezuelanos que deram tudo”, disse em conferência virtual com jornalistas chilenos e argentinos. “A soberania popular deve ser respeitada. As eleições aconteceram e a sociedade venezuelana se manifestou em condições muito adversas.”
A crise pós-eleitoral desencadeou protestos que deixaram 25 mortos e mais de 2.400 presos.
(Com informações da AFP)