Lula e líderes mundiais prestam homenagem ao ex-presidente Pepe Mujica

A morte de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai e referência da esquerda latino-americana, gerou manifestações de chefes de Estado e lideranças políticas em diversas partes do mundo. Presidentes de Brasil, Bolívia, Colômbia, Chile e Venezuela homenagearam o uruguaio que morreu em decorrência de um câncer de esôfago.

Logo após a confirmação da morte, Lula publicou uma nota nas redes sociais ressaltando a trajetória de Mujica. Para o presidente brasileiro, “sua vida foi um exemplo de que a luta política e a gentileza podem andar juntas. E que a coragem e a força podem vir acompanhadas de humildade e desapego”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no velório, marcado para esta quarta-feira (14), em Montevidéu.

O ministério das Relações Exteriores também divulgou nota oficial, definindo Mujica como “grande amigo do Brasil” e “um dos mais importantes humanistas de nossa época”.

No Uruguai, o atual presidente Yamandú Orsi, aliado político de Mujica na Frente Ampla, manifestou pesar pelo falecimento. Em sua nota, destacou o legado deixado pelo ex-mandatário: “Presidente, militante, referência e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”.

Na Argentina, a ex-presidenta Cristina Kirchner descreveu Mujica como “um grande homem que dedicou sua vida à militância e à sua pátria”. Cristina governou o país vizinho durante o mandato de Mujica e manteve com ele uma relação de cooperação política.

Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro relembrou sua visita a Montevidéu em dezembro de 2024, quando concedeu a Cruz de Boyacá ao uruguaio, maior distinção civil da Colômbia. Em sua homenagem, escreveu que “Pepe Mujica, o grande revolucionário, o presidente do Uruguai, morreu. Adeus, amigo”.

“Espero que um dia a América Latina tenha um hino. Que a América do Sul se chame Amazônia. Acredito firmemente que o projeto de integração latino-americana passa por uma União Grancolombiana no coração da nossa região”, completou.

Do Chile, Gabriel Boric publicou mensagem na qual rememora o último encontro com Mujica, em sua chácara nos arredores de Montevidéu. Na ocasião, plantaram juntos uma oliveira, símbolo que Boric resgata ao escrever: “Você foi a convicção inabalável de que, enquanto nossos corações baterem e houver injustiça no mundo, vale a pena continuar lutando. Prometo que a oliveira florescerá. Obrigado pela vida e pelos ensinamentos. Com você, esquecer será impossível”.

Já o governo da Venezuela publicou uma nota oficial lamentando a morte de Mujica. O presidente Nicolás Maduro destacou que o uruguaio lutou contra as ditaduras do seu país e contribuiu para os esforços de integração da região.

“Durante sua carreira, ele se manteve firme contra as ditaduras que assolaram seu país e, desde a presidência, promoveu políticas humanas, contribuindo para os esforços de integração e unidade da região. A Venezuela expressa seu respeito pelo falecimento de uma figura profundamente ligada às causas justas da nossa América”, diz o texto.

Na Bolívia, o presidente Luis Arce publicou que “voe alto, querido Pepe! Com o coração profundamente triste, nos despedimos de um verdadeiro farol de esperança, humildade e luta pela justiça social”.

Arce escreveu ainda que “sua vida foi um testemunho de rebelião e amor ao povo. Seu legado viverá em nossos corações, na história do Uruguai e da Pátria Maior”. Evo Morales também se manifestou: “Nos dói profundamente a partida do meu irmão Pepe Mujica. Sempre me recordo de seus conselhos cheios de experiência e sabedoria. Ele foi um fervoroso crente na integração e na Pátria Grande”.

A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, qualificou Mujica como “exemplo para a América Latina e para o mundo inteiro pela sabedoria, pensamento e simplicidade que o caracterizavam”, e expressou condolências à família e ao povo uruguaio.

Na Europa, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, escreveu que “um mundo melhor. Foi nisso que Pepe Mujica acreditou, lutou e viveu. A política faz sentido quando é vivida assim, com o coração. Meu carinho mais profundo para sua família e para o Uruguai. Eterno Mujica”.

Jean-Luc Mélenchon, dirigente da França Insubmissa, afirmou que “adeus, Pepe Mujica. Obrigado por toda a coragem que você nos deu, obrigado pelo exemplo que foi, obrigado pela lição de vida que é sua morte escolhida”.

Em Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel decretou luto oficial e definiu Mujica como “um dos líderes mais queridos e respeitados da esquerda latino-americana”. No comunicado oficial, acrescenta que “sua morte é uma grande perda para todos nós”.

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