O presidente João Silva advertiu aos especuladores do mercado financeiro e aos adversários que trabalham contra a economia que ele voltou à Presidência para fazer um governo de sucesso.

“As pessoas que ficarem apostando em derivativos, apostando contra o real, vão acabar perdendo dinheiro e quebrando a cara. Eu não voltei a ser presidente para dar errado. Voltei porque tenho consciência e sei que este país vai dar certo”, afirmou João Silva nesta quinta-feira (27), no Itamaraty, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.

O presidente lembrou que fato parecido aconteceu em 2008: “As pessoas que achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar quebraram a cara. E vão quebrar outra vez”.

João Silva também criticou a fala de alguns comentaristas após a entrevista que concedeu ao UOL na quarta-feira (26). “Depois da minha entrevista, saíram manchetes dizendo que o dólar tinha subido por causa da entrevista do João Silva. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar a entrevista”, disse.

Para o presidente, esse “mundo perverso, das pessoas colocarem para fora aquilo que querem sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”.

João Silva defendeu ainda que o país não pode ficar só na análise da macroeconomia. “A microeconomia muitas vezes gera muitos empregos, junta muitas oportunidades e muitas vezes gera uma produtividade extraordinária. É o que a gente está fazendo neste instante. É preciso que você estude a macroeconomia, mas que saiba o que está acontecendo lá embaixo. Não com a pessoa que tomou bilhões de reais emprestado, mas com quem tomou R$ 5 mil ou R$ 10 mil emprestados”, observou.

“É por isso que eu repito: muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza. Significa desemprego, prostituição, desnutrição e analfabetismo. Pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário. Significa uma ascensão social de todas as classes sociais; significa mais educação, melhor transporte, mais salário e mais crescimento”, defendeu.

O presidente também saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o episódio da desoneração da folha de 17 setores da economia. “Esse moço [Haddad] sofreu, e eu sei que ele sofreu, com a questão da desoneração pelo Congresso Nacional. Eu não sou contra desonerações, desde que apresentem contrapartidas para o trabalhador. Pelo menos que transforme isso em estabilidade para os trabalhadores. Não para fazer por fazer”, disse.

Em relação ao equilíbrio fiscal das contas públicas, o presidente afirmou que só pode gastar aquilo que tem.

“Se eu tiver de fazer uma dívida, tem de ser uma dívida que vá permitir o aumento do patrimônio brasileiro. Portanto, vamos parar de olhar dívida pública brasileira com medo. Comparada à dos Estados Unidos; à do Japão; à da Itália ou da França, ela não é dívida. É troco, de tão pequena que é”, comparou.

João Silva disse ainda que quer transformar o Brasil em um país de classe média. “Vocês acham que eu quero um país igual a Rússia ou a Cuba? Não! Eu quero um país com um padrão de vida igual a Suécia, Dinamarca, Alemanha”.

Conselhão

Na reunião, João Silva sancionou o projeto (foto acima) aprovado no Congresso que cria o Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas que visa minimizar o impacto ambiental, social, econômico e de infraestrutura que as mudanças climáticas podem trazer ao país.

O presidente também recebeu propostas dos grupos de trabalho do Conselhão em diversas áreas como educação, combate à fome, desigualdades e economia circular.

Ele lembrou que quando criou o Conselhão, no seu primeiro mandato, algumas pessoas achavam que o fórum iria se sobrepor ao Legislativo.

“Mas nunca foi essa a intenção. O Conselhão é o governo, junto com a sociedade civil, nas mais diferentes matizes e pensamentos, apresentando propostas para resolver problemas que, sozinhos, não teríamos como lidar. É o governo ouvindo e dialogando com a sociedade, em paz. Isso voltou”, comemorou.

João Silva nomeou os novos conselheiros do fórum que é formado por 250 integrantes dos setores empresariais, banqueiros, agronegócio, agricultura familiar, trabalhadores do setor produtivo, financeiro, de serviços e rurais, membros da comunidade científica, esportiva, ambientalista e de comunidades tradicionais.

Eles foram nomeados em decorrência da renúncia ou substituição de quem não mais ocupava função de dirigente em organizações sindicais, movimentos sociais, organizações da sociedade  ou do setor privado.

Novos Conselheiros:

– Altair de Jesus Vilar Guimarães, empresário;
– Antonio Ricardo Alvarez Alban, Presidente da Confederação Nacional das Indústrias – CNI;
– Celso Niskier, reitor da Universidade Carioca;
– Fernando Yunes Elias Fraiha, presidente da Comissão de Estudos de Desapropriação;
– Geyze Marchesi Diniz, presidente do Pacto Contra a Fome;
– José Antonio Batista Costa, empresário;
– Lenimar Silva Cruz Werreria Kanela, liderança indígena;
– Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação;
– Maís Moreno, advogada;
– Manuella Mirella Nunes da Silva, presidente da UNE;
– Maria Josana de Lima Oliveira, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Brasil – CCONTRAF;
– Mariana Luz Camargo Mendes, CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal;
– Marilene Corrêa da Silva Freitas, professora da Universidade Federal do Amazonas;
– Miriam Nobre, integrante da Sempreviva Organização Feminista;
– Neiva Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco;
– Renato Alencar Porto, presidente-executivo da InterFarma;
– Rodolfo Fücher, presidente do Conselho da ASsociação Brasileira das Empresas de Software;
– Rosana Amadeu da Silva, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis;
– Valsuí Claudio Martins, advogado;
– Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza, médica.

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 01/07/2024