O presidente Lula (PT) realiza nesta quarta-feira 17 a última reunião ministerial de 2025, na Granja do Torto, em Brasília, em um encontro marcado pelo balanço dos três anos de governo e pela preparação para o ano eleitoral. Diante de ministros, dirigentes dos bancos públicos e líderes do governo no Congresso, Lula afirmou que o País encerra o ano em uma situação “amplamente favorável”, ainda que esse cenário não se reflita com a mesma intensidade nas pesquisas de opinião.
No discurso de abertura, o presidente atribuiu os avanços do governo à capacidade de diálogo e negociação com o Congresso, mesmo em um contexto de base minoritária no Senado e na Câmara. Segundo Lula, a aposta na palavra foi decisiva para evitar confrontos e permitir a aprovação de pautas consideradas estratégicas pelo Planalto. Para ele, essa postura diferenciou o governo de experiências marcadas pelo embate permanente e ajudou a concluir o ano com resultados positivos. “Aconteceu pela persistência de cada um de vocês, aconteceu pela capacidade de diálogo de vocês, pela capacidade de argumentação”, afirmou o presidente.
Lula reconheceu, no entanto, que a forte polarização limita a percepção dos resultados junto ao eleitorado. “É como se fosse Corinthians e Palmeiras, Ceará e Fortaleza, Grêmio e Internacional. Ninguém muda de posição até um momento extremo. E o momento extremo é a eleição do ano que vem”. Nesse contexto, classificou as eleições de 2026 como decisivas e afirmou que o próximo ano será “o ano da verdade”.
A leitura do presidente é que a disputa eleitoral abrirá espaço para um confronto direto de narrativas entre o período anterior ao atual governo e as políticas adotadas desde 2023. Segundo Lula, o desafio será explicitar “quem é quem” no País, o que foi feito no passado recente e quais resultados o governo entregou ao longo do mandato.
A reunião ocorre em meio ao planejamento da saída de ministros que devem disputar as eleições, dentro do prazo legal de desincompatibilização. O encontro também serve para alinhar prioridades políticas e administrativas do Planalto para o próximo ano, quando o governo entrará de forma mais direta no debate eleitoral e na defesa de sua agenda.
Além de Lula, têm espaço de fala o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e ministros das áreas centrais do governo, como Fazenda, Relações Institucionais, Casa Civil e Comunicação Social. A expectativa é que o encontro se estenda ao longo do dia.