
O contraste entre as posturas de Lula e Bolsonaro nos respectivos interrogatórios, um diante de Moro e outro diante de Moraes, é gritante.
Não só no que diz respeito às atitudes pessoais e ao caráter, mas também como cada um se posiciona diante do sistema de justiça e da opinião pública. Enquanto Lula se manteve firme e altivo, Bolsonaro se deixou subjugar pelo juiz porque se sabia culpado.
Em 2017, Lula não cedeu à pressão. Foram dois depoimentos ao chefe da Lava Jato. “Eu vou chegar em casa amanhã, vou almoçar com oito netos e uma bisneta de 6 meses. Eu posso olhar na cara dos meus filhos e dizer que eu vim a Curitiba prestar depoimento a um juiz imparcial?”, questionou.
Essa frase ilustra a confiança de Lula em sua própria retidão e sua crença na sua inocência, mesmo diante de um processo canguru. Ele nunca vacilou.
“Esses mesmos que me atacam hoje, se tiverem sinais de que serei absolvido, prepare-se porque os ataques ao senhor serão maiores”, afirmou na cara de Moro. Olhava para a frente. Ficou 580 dias em cana, saiu e foi eleito presidente pela terceira vez.
Ontem o valentão Bolsonaro era um pateta. “Não tem indício nenhum, senhor ministro. Me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores três”, falou, tentando justificar uma das inúmeras fake news criminosas que proferiu a respeito de Moraes, Barroso e Fachin.
Sua tentativa de fugir da prisão com uma piada sobre convidar Moraes para ser seu vice nas eleições de 2026 foi um reflexo do desespero. “Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026”, disse. Ainda chamou seus seguidores de “malucos”.
Um é um estadista. O outro é um poltrão.
A diferença entre quem não está com medo e quem está apavorado. Lula disse na cara de Moro o que dizia no palanque. Bolsonaro tentou ficar de boa com quem já xingou de tudo nessa vida. pic.twitter.com/cKSosT5hEg
— Bruno Barreto (@Barreto269) June 11, 2025