
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (25), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deveria ser “menos internet e mais chefe de Estado”. As declarações foram feitas durante evento no Ministério de Minas e Energia, onde Lula voltou a criticar as políticas econômicas e externas do líder estadunidense.
“Nesse mundo conturbado, em que você tem um presidente de uma nação do tamanho dos Estados Unidos, que deveria primar pelo discurso, pensar o que falar, deveria ser menos internet e ser mais chefe de Estado, pensar mais em livre comércio, no multilateralismo, deveria pensar muito mais na paz, o que a gente vê todo o santo dia na imprensa? A necessidade de uma desgraçada de uma manchete”, afirmou Lula.
Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula comparou o perfil de Trump a um estilo de governante que o Brasil já teve, destacando que, para esse tipo de líder, o que “menos interessa é a verdade, e as necessidades do país”.
VÍDEO: Lula diz que Trump “deveria ser menos internet e ser mais chefe de Estado”. https://t.co/RsuVJEuAs8 pic.twitter.com/4A6NVa6S0U
— BLOGDOBG (@BlogdoBG) June 25, 2025
O petista tem sido crítico constante de Trump desde a campanha eleitoral dos Estados Unidos no ano passado, quando apoiou a candidata democrata Kamala Harris.
Em um tom mais duro, Lula também atacou os gastos da guerra em contraponto à falta de investimento para combater a fome no mundo.
“Todo mundo sabe que o mundo e a humanidade estão virados de ponta-cabeça. Quando o mundo gasta US$ 2,7 trilhões em armas no ano passado, quando nós temos 733 milhões de seres humanos que vão dormir sem ter o que comer, é de se perguntar que políticos nós temos no mundo? Qual é o humanismo dentro de cada chefe de Estado, que prefere pensar na morte e na destruição do que na paz e na construção?”, questionou sem citar Trump neste trecho.
Veja o momento da fala de Lula:
Lula também questionou o apoio do republicano a Israel no conflito com o Irã e criticou as políticas tarifárias dos EUA, que afetaram exportações brasileiras, como as de aço e alumínio.
Ao comentar a recente escalada de tensões no Oriente Médio, o petista reafirmou sua postura em defesa da paz. “Eu não quero brigar com ninguém. Eu quero passar longe da guerra de Israel e do Irã. Eu quero passar longe, eu quero passar longe. Eu não quero encrenca na minha vida”, disse.
O governo brasileiro tem se posicionado contra os ataques de Israel e dos EUA ao Irã, defendendo uma solução negociada para o conflito. O cessar-fogo anunciado recentemente entre os dois países foi visto com alívio pela diplomacia brasileira, que segue pressionando por diálogo e estabilidade na região.