A parceria entre o governo federal, estados e municípios para a execução de obras e adoção de políticas públicas foi defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira, durante o anúncio de novos investimentos do PAC Seleções.
De forma improvisada, Lula se dirigiu a uma plateia composta por governadores, governadoras, prefeitos e prefeitas e explicou a forma que tem adotado governar.
“A gente chama [vocês] porque é importante trazer o Brasil de volta à civilidade. Significa que os entes federados precisam construir parcerias, trabalhar juntos. Significa que um precisa do outro. Significa que juntos podemos fazer muito mais do que separados. Nós queremos dizer: o Governo Federal, em parceria com o governo do estado, em parceria com os municípios, está fazendo tal coisa”.
Lula criticou uma postura tradicional que leva governantes a quererem a todo custo deixar suas marcas pessoais em obras, mesmo que isso custe a interrupção de projetos que dão certo. Para o presidente, seu governo está mudando essa prática, e o motivo principal é “respeito ao povo”.
O presidente também criticou o que chama de “pequenez política” ao constatar que obras iniciadas por ele e por Dilma Rousseff foram interrompidas e abandonadas após a saída de ambos da Presidência da República.
“Isso é triste. O que o povo tem a ver com isso? Como o povo pode ser vítima dessa pequenez política?”, disse Lula, destacando que ainda permanece um critério seletivo que faz governantes menosprezarem lugares onde não vivem ou viveram. “Um critério imbecil num país que precisa tanto do Estado”, criticou.
Esse critério, segundo Lula, é uma das razões para que parte da população permaneça na pobreza. Na opinião do presidente, a mudança de tal mentalidade pode levar o país a novo patamar de desenvolvimento.
Mudança da lógica do compadrio
O presidente destacou ainda que a política brasileira, em que “a elite nunca se preocupou com a população”, tem sido marcada pela lógica do compadrio, em que parte dos governantes escolhe atender apenas governadores e prefeitos de que gostam.
“A gente resolveu mudar a lógica [do compadrio]. O que nos dá o direito de andar de cabeça erguida é que a gente não prioriza o governante, a gente prioriza a importância da obra e o benefício que essa obra leva para a população (…) O que me importa é se a obra é necessária, se o projeto é bem feito e se a obra é de interesse do povo. Aí, quem apresentar projeto, vai receber recurso”, afirmou Lula.
O PAC Seleções tem como princípios a seleção de projetos de infraestrutura que são enviados por estados e municípios e a urgência que têm cada ente federado para que as obras sejam iniciadas.
Para estados com maior capacidade financeira, o Governo Federal oferece financiamento e, em casos de cidades e estados com menor disponibilidade de caixa, recursos orçamentários podem ser injetados diretamente.
(com informações da Agência Gov)