O presidente Lula (PT) convidou o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, a visitar o Brasil neste ano. Eles conversaram por telefone na tarde desta segunda-feira 13.
Segundo o Palácio do Planalto, Lula disse que as relações entre os países passam por um excelente momento e agradeceu pela adesão saudita à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Bin Salman, por sua vez, cumprimentou o Brasil pela cúpula do G20 no Rio de Janeiro e se mostrou satisfeito com a parceria entre os Estados, principalmente no setor de energia.
Lula ainda afirmou que o fluxo comercial está em evolução e que a Arábia Saudita já é o maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio. Ao convidar o príncipe herdeiro a vir ao Brasil, o petista declarou que o objetivo é retribuir a recepção que teve em Riade, em novembro de 2023.
Mohammed bin Salman é uma figura envolta em polêmicas, incluindo uma relacionada à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 2021, MBS – sigla pela qual o príncipe é conhecido – entregou ao ex-capitão joias como supostos presentes à primeira-dama Michelle Bolsonaro. As peças entraram ilegalmente no Brasil e se tornaram alvo de investigação da Polícia Federal.
Anos antes, em 2019, bin Salman foi acusado de mandar matar um jornalista dissidente. Jamal Khashoggi, colunista do Washington Post crítico do regime saudita, foi assassinado e esquartejado em 2 de outubro de 2018, no consulado saudita em Istambul, na Turquia, quando compareceu ao local para recolher os documentos necessários para se casar com sua noiva.
Em novembro de 2022, o Departamento de Estado norte-americano afirmou que o príncipe herdeiro não poderia ser julgado em tribunais dos Estados Unidos, uma vez que foi “promovido” a primeiro-ministro saudita. Segundo o órgão, “a doutrina da imunidade do chefe de Estado está bem estabelecida no direito internacional e tem sido consistentemente reconhecida na prática de longa data do Poder Executivo”. A Justiça dos EUA arquivou o processo no mês seguinte.