Foi confirmado pelo pelo Ministério das Relações Exteriores que maio será de bastante movimento para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que estão agendadas duas viagens internacionais.
O anúncio foi realizado na última terça-feira e consiste na ida do presidente para a Rússia e China. Veja abaixo as datas.
- Rússia: entre os dias 8 e 10;
- China: nos dias 12 e 13.
Os compromissos fazem parte de uma série de agendas diplomáticas que também incluem encontros no G7 (Canadá), Mercosul (Argentina) e Assembleia Geral da ONU (EUA).
Durante sua estadia na Rússia, Lula participará da cerimônia que marca os 80 anos do Dia da Vitória, data em que é celebrada a derrota do regime nazista na Segunda Guerra Mundial.
Já na China, o presidente deverá integrar o encontro entre representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o presidente chinês Xi Jinping.
A presença de Lula nos dois países reforça a estratégia do governo brasileiro de fortalecer o papel do Brasil como mediador de diálogo no cenário internacional, e parceiro estratégico em temas globais sensíveis, como comércio e segurança internacional especialmente em relação à guerra na Ucrânia. Desde o início do conflito, em 2022, Lula tem defendido uma solução pacífica e negociada entre os envolvidos.
“É desejo do Brasil que essa guerra termine”, afirmou Lula, em março.
Para ele, a saída para o impasse passa pela diplomacia: “É preciso colocar Putin e Zelensky em torno de uma mesa”.
A real intenção e proposta do petista é que um grupo internacional de países atue como mediador. Ainda em janeiro, o presidente teria conversado por telefone com Vladimir Putin e, de acordo com o Palácio do Planalto, o presidente russo teria “demonstrado interesse” na criação de uma aliança para intermediar um acordo de paz e possível solução.
A agenda em Pequim também servirá para intensificar os laços comerciais entre Brasil e China, tendo em vista que, atualmente, o governo chinês busca ampliar sua influência na América Latina por meio de investimentos e acordos comerciais.
A visita ocorre em um momento estratégico, diante das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados. A expectativa é de que o encontro da Celac-China seja uma oportunidade para ampliar os acordos bilaterais e diversificar as exportações brasileiras.
Um levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) revelou que o Brasil pode aumentar significativamente sua pauta de exportações ao país asiático.
“A nova política tarifária do governo Trump nos EUA pode levar a uma maior aproximação comercial do Brasil com os países do grupo”, afirma a Apex em estudo recente, que mapeou cerca de 400 produtos com potencial de entrada no mercado chinês.