Nesta quarta (9), petista recebeu visita oficial de Prabowo Subianto, no Palácio do Planalto: “A relação entre o Brasil e a Indonésia é a prova de que a sintonia entre os dois países é mais relevante do que a distância que nos separa”
O presidente Lula recebeu, nesta quarta-feira (9), a visita oficial do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, no Palácio do Planalto. Os mandatários firmaram acordos nas áreas de defesa, assistência mútua, educação e vigilância sanitária. Também concederam coletiva à imprensa, depois de concluídas as reuniões bilaterais de trabalho.
Essa é a segunda vez que Subianto vem ao Brasil. A primeira havia sido na Cúpula do G20, em novembro de 2024. A presença do presidente indonésio possibilita ao Itamaraty articular a visita de Lula a Jacarta, em outubro, quando está prevista a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O encontro, a que o petista pretende comparecer, será sediado em Kuala Lumpur, capital da Malásia.
Durante a coletiva na sede da Presidência da República, Lula afirmou que Brasil e Indonésia estão unidos em favor do multilateralismo. “Ouvi atentamente quando o presidente Prabowo criticou, na Cúpula dos Brics, que o Direito Internacional esteja sendo subjugado pela força. Por isso, a defesa do multilateralismo é mais necessária hoje que em qualquer outro momento”, pregou.
“O Brasil apoia a entrada da Indonésia no Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, que tem suprido importantes lacunas de financiamento no Sul Global”, prosseguiu o presidente.
Convergência pela paz
A respeito dos esforços pela paz no mundo, Lula elogiou a convergência e o entendimento com o governo indonésio. Segundo o petista, os dois países têm repetido em fóruns internacionais que a única solução para lados beligerantes, como no caso dos conflitos na Ucrânia e na Palestina, é sentar-se à mesa de negociações. “Ambos somos vozes importantes em favor da paz”, resumiu.
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“Nossos países também têm denunciado, incansavelmente, as atrocidades contra a população palestina em Gaza. Nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia dos que se calam diante das mais flagrantes violações do nosso tempo”, exaltou o presidente, depois de agradecer Prabowo pela participação no Grupo Amigos Pela Paz, inciativa sino-brasileira e do Sul Global para pôr fim às guerras.
Crises climáticas e combate à pobreza
Brasil e Indonésia convergem também no que diz respeito ao combate à fome e à pobreza e aos esforços para se promover a transição ecológica. Lula fez questão de elogiar o programa de alimentação escolar do governo de Prabowo, cuja meta é atender 83 milhões de beneficiários até 2029. Além disso, fez menção à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta brasileira aos países da Organização das Nações Unidas (ONU).
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“Coloquei à disposição do presidente Prabowo a experiência do Programa Nacional de Alimentação Escolar, o Pnae, referência mundial sobre o tema”, pontuou Lula, antes de tratar da questão ambiental, já que a Indonésia, juntamente com o Brasil e com a República Democrática do Congo, detém as maiores bacias tropicais do mundo.
“A Indonésia está conosco no grupo Unidos pelas Nossas Florestas, lançado em 2023, na Cúpula da Amazônia, para demandar maior financiamento ambiental. Estamos trabalhando juntos para o lançamento, na COP 30, do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que vai remunerar países em desenvolvimento que mantém suas florestas em pé”, lembrou o petista.
Relações Brasil-Indonésia
As relações diplomáticas entre Brasil e Indonésia foram estabelecidas em 1953. Os dois países mantêm Parceria Estratégica desde 2008. Atualmente, estão em vigor memorandos de entendimento nas áreas de agricultura, comércio, educação, energia, finanças, erradicação da pobreza e investimentos.
Em 2017, os países firmaram Acordo sobre Cooperação em Defesa. A Indonésia é um dos maiores operadores mundiais de aeronaves turboélice Super Tucano, sucesso de vendas fabricado pela Embraer.
Em termos de balança comercial, o fluxo é revelante, chegando a US$ 6,3 bilhões em 2024, ano que o país asiático foi o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro.
PTNacional, com informações do Ministério das Relações Exteriores
