
“Acabo de chegar em Pequim, onde vamos fechar novas parcerias e assinar acordos de cooperação em múltiplas áreas. É mais um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China”, anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (10), ao desembarcar na capital chinesa. A estadia vai até quarta-feira (14) e inclui reunião com Xi Jinping, seminário de negócios e encontros com líderes regionais.
O Planalto vê na guerra tarifária deflagrada pelo ex-presidente americano Donald Trump uma oportunidade rara: com os EUA cobrando 145% sobre produtos chineses e Pequim retaliando com taxas de 125% e bloqueio a frigoríficos norte-americanos, Brasília quer ocupar a brecha no mercado asiático. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) mapeou 400 portas de entrada para ampliar as vendas, sobretudo no agronegócio.
À frente da ofensiva agrícola, o ministro Carlos Fávaro levará propostas para agilizar o registro de produtos biotecnológicos e oferecer carne brasileira no lugar da norte-americana recém-banida. Ele integra uma comitiva que inclui outros ministros, autoridades e cerca de 200 empresários, todos de olho no incremento das exportações e em investimentos chineses no país.
Boa tarde Brasil, boa noite China. Acabo de chegar em Pequim, onde vamos fechar novas parcerias e assinar acordos de cooperação em múltiplas áreas. É mais um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China, maior parceiro comercial do Brasil desde 2009.… pic.twitter.com/MFeaVdsJVI
— Lula (@LulaOficial) May 10, 2025
Na segunda-feira (12), Lula participa de um seminário organizado pela Apex com executivos dos dois países para “discutir a ampliação das relações comerciais”. Ainda estão na agenda uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o aguardado encontro bilateral com Xi Jinping.
A viagem também reforça o protagonismo brasileiro no Brics, grupo que o país preside em 2025. A cúpula de julho, em solo nacional, tratará de reformar a governança global e aprofundar parcerias em áreas como inteligência artificial e fortalecimento da OMS — temas que Lula pretende alinhar com Moscou, Pequim e os demais membros.
Mesmo aproximando-se da China, o Itamaraty insiste na neutralidade ativa tanto na disputa comercial quanto na guerra da Ucrânia. “Temos interlocução com todas as partes, inclusive com a Ucrânia. O Brasil conversa com todo mundo”, afirmou o embaixador Eduardo Saboia. E emendou: “Temos uma agenda mais ampla do que uma conjuntura. O Brasil preza sua relação com os EUA e não faz com a China algo que se contrapõe a essa relação”.
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